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A 29 de Novembro de 1947 teve lugar o voto que mudou a história do Médio Oriente. A votação do Plano de Partilha propondo a criação de um Estado judaico ao lado de um Estado árabe teve lugar num clima de tensão terrível porque o regulamento exigia uma maioria de dois terços e o resultado era imprevisível: com efeito, nos dias anteriores não tinham parado de chegar informações contraditórias sobre o voto dos diferentes países, aumentando a confusão, a ansiedade e os prognósticos catastróficos sobre o resultado. No dia do voto, a Palestina parou, a vida suspensa de uma decisão que iria mudar a sua história. Mas o Plano aceite pelos judeus e rejeitado pelos árabes acabou aprovado por larga maioria: trinta e três a favor, treze contra e dez abstenções, entre as quais a da própria Grã-Bretanha – voz isolada entre as grandes potências e entre todos os países do Commonwealth britânico.
O Estado de Israel seria criado 167 dias depois no dia 14 de maio de 1948 pagando um altíssimo preço em vidas humanas na guerra que os Árabes iriam desencadear menos de sete horas depois da decisão da Assembleia Geral da ONU. Mas naquela noite, nas ruas de Telavive, Jerusalém e Nova Iorque, de Praga e Viena, nos campos de “deslocados” da Alemanha e nos kibutzes da Galileia, a hora era de júbilo e de esperança. Foi o Dia da Vitória para os judeus do mundo inteiro, o primeiro em mais de dois mil anos.
