A Bitcoin e as restantes Altcoins têm vindo a ganhar cada vez mais protagonismo à medida que continuam a registar fortes valorizações em curtos espaços de tempo. Tanto a Bitcoin como a Ethereum desde o início do ano já registaram valorizações superiores a 100% e houve altcoins que ultrapassaram em grande escala essas valorizações das criptomoedas mais conhecidas entre os investidores.
O mercado das criptomoedas é caracterizado pelas fortes oscilações que regista com frequência e pelos períodos de elevada volatilidade que revelam que este tipo mercado requer um perfil de investimento muito mais arrojado do que os mercados tradicionais.
Recentemente assistimos a períodos de extrema volatilidade entre as diversas criptomoedas e em particular nas altcoins que registaram desvalorizações assustadoras que acabaram por ocorrer num curto espaço de tempo. Estas correções no mercado não são novidades para os investidores, mas há muito tempo que já não se assistia a uma correção tão forte, principalmente das altcoins.
Ethereum esteve a desvalorizar perto de 50% em apenas 2 horas e a grande parte das restantes altcoins também apresentavam quedas superiores ou iguais a 30%, enquanto a Bitcoin acabou por ser a criptomoeda que conseguiu aguentar melhor a pressão vendedora a que o mercado ficou exposto.
Poucos dias após estas correções mais acentuadas no mercado dos cripto-ativos, no dia 22 de fevereiro, os reguladores do mercado voltaram alertar para o facto desta classe de ativos ser demasiado agressiva e poder apresentar riscos acrescidos àqueles que os mercados tradicionais actualmente apresentam.
Entre a opinião dos entusiastas que defendem que este mercado é o futuro e que as criptomoedas são a alternativa à moeda fiduciária (fiat money) que atualmente utilizamos para a compra de bens e serviços. Fatores que também têm sustentado a hipótese de que as criptomoedas possam vir a oferecer uma eventual reforma do sistema financeiro que atualmente conhecemos, é o facto de se adotar um sistema descentralizado, o facto de apresentar uma maior privacidade para os possuidores dos tokens, são também fatores que são possíveis de argumentar, mas não passam de especulações.
Por outro lado, enquanto houver investidores que estejam dispostos a pagar o preço destas criptomoedas, a tendência será para continuar a subir e deve-se ter em conta que o facto de haver uma oferta limitada destes tokens também é um fator que sustenta as valorizações, no entanto, o risco de colapso é elevado e poderá traduzir-se em perdas avultadas para aqueles que compram a preços mais altos.
Com os recentes acontecimentos neste mercado, declarações como as do Banco de Portugal alertam para os riscos inerentes a este tipo de investimento.
Cada investidor deve ter em conta o seu perfil de risco e perceber se de facto está disposto a assumir tais perdas para obter “x” de rentabilidade. No entanto, os recentes eventos no mercado voltam a colocar as questões em cima da mesa acerca da viabilidade deste mercado a longo-prazo.
Não obstante, não devemos negligenciar o desempenho excecional dos últimos anos do mercado dos cripto-ativos. A relação face ao risco/retorno torna-se bastante aliciante para os investidores, pois apresentam retornos acima da média a curto-prazo face às restantes classes de ativos.