Os portugueses dão mais importância aos seguros de saúde do que aos seguros de vida. Mais de metade dos inquiridos diz ter um seguro de saúde, mas quase 90% não pensa adquirir um seguro de vida. Estas são algumas conclusões de um estudo realizado pelo Portal da Queixa e pela Belt Seguros para avaliar a opinião da população sobre o tema e quais os seguros mais contratados. Existência de desinformação e de iliteracia financeira foram outros resultados apurados no inquérito online realizado a mais de 1.400 consumidores.
O Portal da Queixa, em parceria com a Belt, marketplace de seguros digital, realizou um estudo pioneiro para avaliar a perceção e relação dos consumidores portugueses com os seguros. O principal objetivo do estudo foi entender se o público português está familiarizado com os produtos de seguro de proteção à família, nomeadamente o seguro de vida risco e saúde, e se está a utilizar estes produtos em linha com a perceção do que é mais importante na sua vida.
Entre as principais conclusões destacam-se: 94% dos inquiridos afirma ter um seguro atualmente e mais de metade dispõe de um seguro de saúde. Sobre o seguro de vida, cerca de metade dos inquiridos admite estar pouco ou nada familiarizado com as vantagens desse seguro e quase 90% afirma não estar a pensar contratar um seguro de vida. Aferiu-se que a desinformação, dificuldade de comparação e os preconceitos existentes levam à falta de interesse na contratação. Entre as razões por esta falta de interesse: quase 70% dos inquiridos entende que o seguro de vida é demasiado caro ou não é essencial. Além disso, 51% dos inquiridos dizem poder considerar a compra de um seguro de vida que oferecesse segurança financeira, dependendo do custo. Segundo conclui o estudo, o seguro de vida é assim visto como um produto que enriquece uma família em vez de a proteger.
Quando questionados acerca daquilo que é mais importante para si, cerca de 90% dos inquiridos mencionaram a proteção financeira e a proteção da saúde da família como as duas maiores prioridades. A proteção dos seus bens foi a prioridade número um para somente 8% dos inquiridos e a prioridade número dois para 15%.
Sobre os três principais fatores valorizados no acesso aos seguros, os inquiridos responderam que são: serem devidamente informados sobre os seguros apresentados; poderem comparar várias opções; e ter um contacto humano de confiança.
“Enquanto que contratar um seguro de saúde, é já encarado como sendo absolutamente necessário por parte dos consumidores portugueses, contratar um seguro de vida é algo que a maioria não contempla, de acordo com os resultados divulgados do estudo. Tal revela, acima de tudo, uma falta de literacia financeira e desinformação que é absolutamente necessário colmatar. Os consumidores portugueses necessitam estar mais familiarizados com o que implica contratar um seguro, motivo pelo qual decidimos lançar este estudo e abordar este tema. É importante informar os consumidores sobre as diferentes possibilidades e opções existentes. Um exemplo disso é quando observamos que 90% dos inquiridos mencionam que a proteção da família é a sua principal prioridade, mas não contemplam contratar um seguro que os proteja. Dos seguros não obrigatórios, optam apenas pelo de saúde, desde logo, por ser o de mais fácil compreensão. Urge, por isso, informá-los sobre o real propósito da contratação de seguros, como garantia de estabilidade própria e familiar a longo prazo.”, declara Sónia Lage Lourenço, CEO do Portal da Queixa.
Para Leandro Almeida, sócio e co-fundador da Belt, “o estudo permitiu evidenciar que há muita desinformação sobre o custo de um seguro de vida. Infelizmente, há um conceito falso ligado ao seguro de vida que reflete um pouco da iliteracia financeira no nosso mercado: muitos pensam que um seguro de vida é um produto que enriquece uma família em vez de a proteger. Portanto, o público em geral pensa em capitais milionários que são acessíveis a uma parcela muito pequena da população. Contudo, a grande relevância do seguro de vida, que chega a atingir penetrações acima de 75% nos países anglo-saxónicos, é dar estabilidade financeira a uma família durante um período de transição diante de uma perda importante do rendimento familiar.”.
De referir que, o estudo foi realizado com base num inquérito online – disponibilizado no período de 16 a 26 de outubro de 2023 – e contou com um universo de 1.412 participantes. O estudo foi maioritariamente respondido pelo sexo masculino (64%), em idade entre os 45 e 55 (26%) e superior a 65 anos (34%).