Ânfora produzida na Lusitânia identificada 2000 anos depois em Itália

No decorrer da investigação, levada a cabo por Archer Martin, da colecção de ânforas de Oplontis, uma das cidades que, tal como Pompeia, foi afectada pela erupção de Vesúvio, foi identificada uma ânfora lusitana de produtos de peixe. A dita ânfora só poderá ter sido produzida nos vales do Tejo ou do Sado, o que significa que poderá ter partido das actuais Ruínas Romanas de Tróia, integradas no TROIA RESORT.

As Ruínas Romanas de Tróia congregam a maior concentração de oficinas de salga de peixe do Império Romano, com 25 edifícios deste tipo e com tanques que indiciam uma capacidade produtiva de 1400m3, que correspondem a 1.400 mil litros. Era em Tróia que decorria parte da produção de conservas e molhos de peixe do Império Romano, sendo o mais famoso o Garum. Patrícia Brum, arqueóloga da equipa do TROIA RESORT, acredita que “esta descoberta demonstra a grande importância que a produção de salga e molhos de peixe tinha no comércio do Império Romano. Quem sabe se a ânfora que identificou a villa romana de Poppae Sabina não terá partido de Tróia?”

Muitas ânforas lusitanas foram produzidas no vale do Sado, entre os séculos I e VI d.C., para abastecer Tróia e transportar este molho e os produtos de peixe associados. Estima-se que, na altura, o complexo produtivo de Tróia tivesse uma população de 1500 pessoas. E, depois de produzidas, as conservas e os molhos de peixe eram exportados de barco para todo o Império. Tróia era, assim, um importante entreposto comercial na costa atlântica do Império.

As Ruínas Romanas de Tróia foram consideradas Monumento Nacional em 1910, sendo reconhecido o seu valor arqueológico.

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