Ano Bolaño prossegue com “Putas Assassinas”

Até agora inédito entre nós, Putas Assassinas, é um deslumbrante conjunto de histórias do maior escritor latino-americano do século XXI. Neste sugestivo livro de 2001, agora publicado pela Quetzal Editores, surgem algumas das grandes personagens que habitam outros títulos posteriores, como Lalo Cura ou Arturo Belano, protagonista de Os Detetives Selvagens.

Em Putas Assassinas, a realidade confunde-se com o sonho, a vida com a morte, o mar com a terra, os homens com as mulheres. É uma ficção autobiográfica ou uma autobiografia ficcional? Bolaño deixa o leitor decidir o que, em cada prosa, é memória ou fantasia no derradeiro livro de histórias publicado em vida do autor e onde estão presentes as características centrais da obra do escritor chileno. Com uma verve inesgotável, torna-se fácil de perceber porque é que, à data sua prematura morte, aos 50 anos, em 2003, Bolaño era já considerado um dos principais escritores latino-americanos.

Susan Sontag considerou-o «o mais influente romancista da sua geração no mundo de língua espanhola». Vivendo na obscuridade até à década de 1990 e sobrevivendo no exílio graças a trabalhos precários e temporários, esta fragilidade reflete-se no desenho de personagens e situações inesquecíveis, surreais e cativantes.

Este é um livro indispensável para os amantes da obra de Roberto Bolaño, autor de referência da Quetzal – que tem vindo a publicar o conjunto da sua obra, incluindo inéditos como O Espírito da Ficção Científica, que chegou às livrarias em março passado. De recordar que Putas Assassinas faz parte do destaque que a Quetzal Editores tem estado a dar ao autor ao longo de 2017 (o ano Bolaño), que contará ainda com novas edições das suas obras mais emblemáticas, incluindo, já em setembro, uma nova tradução de Os Detetives Selvagens.

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