Dia Mundial da Saúde Mental: Um terço dos portugueses dorme pior devido à insegurança financeira e ao endividamento

A insegurança financeira e o endividamento estão a prejudicar o sono de um em cada três portugueses, revela um estudo realizado em setembro de 2022, pela Emma- The Sleep Company. Num contexto de imprevisibilidade económica, com inflação cifrada em 9,3 por cento à data do inquérito, mais de metade dos portugueses revelam que se sentem mais ansiosos (54%) e cerca de quatro em cada dez inquiridos afirma mesmo sentir-se mais deprimido (39%), devido à atual conjuntura.

De acordo com o estudo, que incide sobre a população entre os 16 e os 65 anos, um em cada quatro portugueses classifica negativamente a sua saúde mental: quase uma em cada três mulheres (32%) diz que tem uma saúde mental pobre, enquanto no caso masculino esse valor decresce para (18%), aproximadamente um em cada cinco. A esmagadora maioria dos inquiridos (81,8%) considera que o sono tem impacto na saúde mental. Cerca de 40 por cento dos inquiridos revelou não estar satisfeito com qualidade do sono nas duas semanas anteriores ao estudo e um em cada quatro disse ter dormido cinco ou menos horas, com 28 por cento a afirmarem que dormiram menos do que é habitual.

Quando questionados sobre o impacto que dormir mal tem em múltiplos aspetos da sua vida, três em cada quatro portugueses falam em falta produtividade no trabalho, nos estudos e/ou nas tarefas domésticas (76%) e mais de metade destaca a subida dos níveis de ansiedade (63%), a diminuição da empatia (58%) e o aumento de sentimentos depressivos (55%). Quase metade (48%) considera que uma má noite de sono diminui a líbido (48%). Por fim, 1 em cada 10 portugueses reconhece que já faltou ao trabalho em 2022 por ter dormido mal.

Ao avaliar o impacto do contexto económico no comportamento, de entre aqueles que manifestaram algum tipo de receio com a situação atual, 62% declara sentir-se mais ansioso e quase metade (44%) diz que se sente mais deprimido. O clima de recessão diminui ainda a produtividade de 34 por cento dos inquiridos, a empatia de 29 por cento e a líbido de 21 por cento.

Perante uma lista de questões com potencial impacto negativo nas suas vidas, nomeadamente alterações climáticas, poluição ambiental, atuais conflitos políticos (p. ex. Ucrânia), pandemia, entre outras – as inquietações dos portugueses centraram-se maioritariamente em aspetos financeiros e de saúde mental. Sete em cada 10 inquiridos (72%) mostrou-se apreensivo com o custo de vida na sua região e com o clima económico em geral (68%), ao passo que 64 por cento reconheceu estar muito preocupado com a segurança financeira e com endividamento e mais de metade (53%) com perspetivas profissionais e segurança no emprego. Seis em cada 10 portugueses colocam no top-5 de preocupações, ex aequo, a própria saúde mental e as alterações climáticas (60%).

Ainda mais interessante é a análise ao impacto destes assuntos na saúde mental. Dos 96 por cento de portugueses que afirmam ter algum tipo de preocupação com os assuntos em questão, um terço coloca no topo as preocupações com a insegurança financeira e o endividamento (37%), bem como com o custo de vida (ex: rendas) na região em que residem. A preocupação com a saúde mental é mencionada por 33 por cento dos inquiridos como um dos motivos que mais impacta a saúde mental. Um em cada quatro portugueses afirma ainda que as perspetivas profissionais/segurança ao nível do emprego e o clima económico em geral afetam negativamente a saúde mental.

No top 5 de motivos que tiram o sono aos portugueses estão a insegurança financeira / endividamento (33%), a própria saúde mental/psique (28%), o custo de vida na região onde residem (26%), as perspetivas profissionais /segurança no emprego (25%) e a saúde física (23%). Entre os portugueses cujo sono é afetado negativamente pela insegurança financeira e pelo endividamento é nas faixas etárias entre os 45 e 54 anos (46%) e os 35 e 44 anos (42%) que existe maior preocupação.

No que toca ao impacto das preocupações com a saúde mental no sono, é nos mais jovens (16-25 anos) que se regista o volume mais elevado de respostas (35%). O estudo também revelou que 15 por cento dos inquiridos usam soníferos todas as noites.

“O stress financeiro pode criar ansiedade, exaustão, relações tensas com parceiros, e afetar a produtividade, entre muitos outros efeitos nocivos para saúde mental e para o sono. Embora procurar ajuda para a saúde mental seja fundamental, implementar as estratégias certas para a garantir uma boa noite de sono é um ótimo primeiro passo e pode ter um forte impacto positivo na forma como lidamos com estes desafios”, afirma Theresa Schnorbach, psicóloga especializada em terapia cognitiva comportamental para insónia e Cientista do Sono na Emma – The Sleep Company.

Recentemente, a Emma lançou uma nova aplicação, chamada Emma Up, fornecendo aos utilizadores um apoio personalizado, passo a passo, para um melhor sono a longo prazo. A aplicação foi desenvolvida em conjunto com os principais psicólogos e cientistas do sono da Universidade de Oxford, e já se encontra disponível no Reino Unido, Alemanha, Holanda e Áustria.

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