Fogão Gaúcho aposta em carne de produção sustentável proveniente dos Açores

Com o intuito de, no futuro, vir a produzir a própria carne em território nacional, o Fogão Gaúcho une-se à cooperativa Verde Atlântico, da Ilha do Pico, nos Açores, para trazer para os seus três restaurantes (todos na zona de Lisboa)o melhor da carne açoriana com Indicação Geográfica Protegida (IGP).

QUALIDADE NACIONAL

Desde que abriram portas, em 2017, que os proprietários do Fogão Gaúcho têm um objectivo em mente: servir nos seus três restaurantes a sua própria carne produzida em território nacional. Uma intenção que ganha agora contornos mais reais através da parceria com a Verd’Atlântico, cooperativa de produtores açorianos sediada na Ilha do Pico, nos Açores, que se tem destacado como a grande embaixadora da carne açoriana com selo IGP (Indicação Geográfica Protegida) e da marca Açores.

O nosso desejo sempre foi o de ter um produto que servisse o nosso conceito, ou seja, ter por base as mesmas raças de animais existentes na América do Sul (Brasil, Argentina e Uruguai), mas criadas em território nacional. Encontrámos na Verd’Atlântico o parceiro ideal para cumprir este nosso objectivo, pois os seus são criados ao ar livre, em pastagem, e os Açores têm o clima ideal para o seu desenvolvimento”, refere Saulo Cardoso, um dos proprietários do Fogão Gaúcho. Por agora, 65% da carne servida nos restaurantes, entre as lojas de Alverca, Carregado e Carnaxide, tem origem nos Açores. Mas esse é um número que deverá subir para 80% já até ao final do ano.

A preferência por carne nacional de produção própria, para além de contribuir para um maior desenvolvimento e sustentabilidade da produção nacional, é uma garantia de frescura. “Desta forma conseguimos levar aos clientes um produto cada vez mais diferenciado, uma vez que chega à mesa em apenas 15 dias. Para nós essa é uma enorme mais-valia e garante que a carne que servimos é o mais fresca possível. É realmente fabulosa”, assinala Saulo.

MAIS ÉTICA, MENOS CONSERVANTES

Um hábito que surgiu nos Invernos rigorosos da Planície dos Pampas, o churrasco gaúcho deve grande parte da sua popularidade às especificidades da carne servida no espeto – devido às condições climatéricas e ao prolongamento do período de criação do animal, a carne proveniente daquela zona da América do Sul tem uma maior percentagem de gordura que a torna mais suculenta e saborosa. Estas são características que dificilmente se encontram nos animais criados em Portugal, normalmente abatidos até aos 18 meses de vida.

Através da parceria com a cooperativa açoriana, não é apenas a qualidade da carne que é garantida, mas também um período de criação mais alargado que vai ao encontro das particularidades do conceito – uma mudança no modo de criação que a Verd’Atlântico decidiu implementar nos animais destinados ao Fogão Gaúcho. De acordo com Saulo, “o animal está a ser criado durante um período mais alargado para que se consiga uma maior gordura entranhada. É uma carne que tem mais sangue, mais gordura”, a carne ideal para o conceito de churrasco gaúcho.

Para além de não precisar de qualquer tipo de conservante – ao contrário do que acontece com a proveniente da América do Sul ou de países como a Holanda e a Bélgica – a carne de produção própria é também mais sustentável. Os animais provenientes do Pico chegam na sua totalidade ao Fogão Gaúcho, que faz um aproveitamento integral da carcaça e da carne, incluindo partes como o fígado ou o rabo. “A Ilha do Pico quer focar-se na qualidade e está a fazer um grande trabalho nesse sentido. O foco é na qualidade e não no volume. E essa é também a nossa filosofia“, remata.

Foto: ©Paulo Barata

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