José Eduardo Agualusa: Sonhadores involuntários podem fazer revoluções

Agualusa assina uma sátira política que é, ao mesmo tempo, uma homenagem aos 15+2 de Angola

A Sociedade dos Sonhadores Involuntários, de José Eduardo Agualusa, é uma sátira política que nasce da sua relação pessoal com os sonhos e da situação política angolana. Um dos mais importantes autores contemporâneos de Língua Portuguesa inspira-se na prisão de 17 jovens angolanos, que a 20 de Junho de 2015 foram presos em Luanda, quando se reuniam para discutir um livro de filosofia política. A Sociedade dos Sonhadores Involuntários é uma fábula, uma homenagem a estes e a todos os jovens que lutam hoje em dia pelo cumprimento do processo democrático angolano. É também uma crítica à geração que lutou pela independência do país mas depois se resignou, desistindo de concretizar o seu sonho de democracia e liberdade plena. Por outro lado, o livro presta tributo àqueles que, não tendo vivido o conflito armado, não desistem de lutar, questionando o status quo.

Através da personagem de Daniel Benchimol, um jornalista que surgiu inicialmente em Teoria Geral do Esquecimento e que investiga desaparecimentos, José Eduardo Agualusa explora o papel dos sonhos na vida das pessoas. Este foi o livro que mais tempo de escrita lhe exigiu. Um livro que rasga horizontes na realidade de quem se atreve a sonhar.

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