Júlio César em entrevista exclusiva à Eleven Sports

Júlio César, antigo guarda-redes internacional brasileiro e jogador de, entre outros, Flamengo, Inter de Milão ou Benfica, esteve em directo no Facebook da ELEVEN SPORTS numa conversa, ao longo de quase uma hora, onde recordou os pontos altos de uma carreira na qual ergueu 26 títulos, falando também da sua nova vida como empresário de futebol.

O antigo guardião, 87 vezes internacional pela “canarinha”, agora com 40 anos, recordou a temporada 2009-10, na qual, com José Mourinho ao leme, o Inter de Milão venceu a Serie A, a Taça de Itália e a Champions, numa campanha na qual Júlio César venceu o prémio de melhor guarda-redes da UEFA: “Foi um ano fantástico. A Champions foi a cereja no topo do bolo de todo o investimento que Massimo Moratti fez no clube. Cumpriu-se o sonho dele, mas também de muitos adeptos do Inter, que esperaram 45 anos para ver o clube ser campeão da europa de novo. Cada um de nós, os jogadores que fizemos parte daquele plantel, inscrevemos o nosso nome na história do clube”, garantiu.

Júlio César não poupou elogios a José Mourinho, seu técnico nas épocas 2008-09 e 2009-10 no Inter: “Ele chegou com o objetivo de ganhar a Champions e na segunda temporada conseguiu-o. O melhor que Mourinho tinha era a confiança que passava para a equipa. Cada jogador, após as palestras dele, sentia-se o melhor do mundo. Para vencer a Champions em 2010, nós vencemos o Chelsea, que seria campeão inglês, o CSKA, que seria campeão russo, o Barcelona, a equipa a bater na altura, e o Bayern, que se tivesse ganho a final teria conseguido o triplete. Naquele Inter, todos nos despimos de vaidade e remámos na mesma direção”, revelou.

Após o êxito em Itália e uma passagem pelo Queens Park Rangers e o Toronto FC, Júlio César assinou pelo Benfica e não esconde a sua gratidão para com o clube lisboeta. “Depois da derrota no Mundial’2014 contra a Alemanha passei por um momento difícil a nível emocional. Ponderei retirar-me e cheguei a dizer a um amigo que só continuaria a jogar se fosse para ser no Benfica, pois o ‘namoro’ com o Benfica já era antigo. O presidente Luís Filipe Vieira disse para eu apanhar um avião para negociarmos e demorámos menos de uma hora a chegar a um acordo. E só lhe posso agradecer, porque jogar no Benfica foi incrível. É um clube com umas infraestruturas ao nível do melhor que há na Europa. O Estádio da Luz é a coisa mais linda que há e as condições no Seixal são fantásticas. No Benfica, um jogador só tem de se preocupar em jogar futebol. Só tenho de agradecer ao presidente e aos maravilhosos adeptos tudo o que vivi num clube em que ganhei oito títulos”.

No seu primeiro ano no Benfica, Júlio César foi orientado por Jorge Jesus e deixa, também, palavras muito elogiosas para com o atual técnico do Flamengo, emblema no qual o antigo guardião se deu a conhecer para o mundo do futebol: “Eu não conhecia pessoalmente Jorge Jesus antes de trabalhar com ele, ainda que o David Luiz me dissesse que ele era um fenómeno, o melhor treinador com quem tinha trabalhado. E, quando trabalhei com Jesus, descobri um treinador exigente, apaixonado, muito bom taticamente. Com ele fiz a minha melhor época em Portugal. E agora estou muito contente por ele estar no clube do qual eu sou adepto. A chegada dele ao Flamengo revolucionou o futebol brasileiro e contribuiu para aproximar, ainda mais, Portugal e o Brasil”, opinou.

Após retirar-se da carreira de profissional de futebol, Júlio César decidiu viver com a família em Lisboa – “um ponto importante foi a hipótese de adquirir passaporte europeu, mas também porque Lisboa é incrível, muito semelhante ao Rio de Janeiro, com gente amável e uma comida maravilhosa”, revelou – e abraçar a carreira de empresário, não escondendo a intenção de aconselhar os mais jovens jogadores nas suas escolhas: “Tento, através da minha experiência como jogador, trazer transparência, honestidade, e ajudar os que vêm de um meio mais humilde. Ajudá-los como uma assessoria a 360 graus, para que o atleta, quando acabe a carreira, possa ter uma vida tranquila. Eu quero ajudar os jogadores a manterem bons patamares de vida quando acabam a carreira. Há muitos empresários que não são transparentes, pensam primeiro em si e depois no atleta. A palavra representação mostra que nós representamos o atleta, logo temos o dever de ser transparentes com eles”, garantiu Júlio César.

Finalmente, Júlio César definiu, de maneira breve, vários craques com os quais jogou:

Kaká: “Jogador de equipa”;
Robinho: “Talento”;
Ronaldinho: “Extraterrestre”;
Neymar: “Diferenciado”;
Romário: “Matador”;
Jonas: “Craque. O que fez no Benfica foi extraordinário. É, com todo o mérito, um ídolo do clube”;
Adriano: “Força com talento”;
Ronaldo Nazário: “Fenómeno”;
Zlatan Ibrahimovic: “Um grande personagem”.

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