Lisboa subiu 11 posições no ranking das cidades mais caras do Mundo

  • Lisboa subiu 11 posições no ranking das cidades mais caras do Mundo, encontrando-se agora na 134ª posição;
  • Ao contrário do ocorrido nos últimos 3 anos, Hong Kong surge este ano como a cidade mais cara do mundo, colocando Luanda em 2º lugar;
  • Zurique é a cidade europeia mais cara, encontrando-se no 3º lugar do ranking;
  • Este ano, assistiu-se à subida de cidades dos Estados Unidos da América no ranking devido à valorização do dólar americano;
  • No Top 5 das cidades mais caras encontramos cidades europeias e asiáticas: Zurique (3), Singapura (4) e Tóquio (5)
  • O arrendamento de um apartamento t2 pode custar em Lisboa 1.500€ e em Hong Kong mais de 6.000€

Apesar da volatilidade dos mercados globais e das crescentes preocupações relativas à segurança, as  empresas e organizações, em geral, continuam a apostar em estratégias de expansão das suas operações a nível global, de forma a permanecerem competitivas e a crescer. Ainda assim, poucas organizações estão efetivamente preparadas para os desafios que os eventos mundiais impõem aos seus negócios, incluindo o seu impacto nos níveis de custo de vida e suas implicações para os pacotes de remuneração dos colaboradores expatriados. O 22º estudo global sobre o Custo de Vida de 2016 da consultora Mercer dá a conhecer que factores como as flutuações cambiais, a inflação no custo de bens e serviços e a volatilidade nos preços do alojamento, condicionam o custo dos pacotes de remuneração dos colaboradores expatriados.

“Mesmo com os avanços tecnológicos e com o crescimento de uma força de trabalho conectada internacionalmente, a colocação de colaboradores expatriados continua a ser um aspeto cada vez mais importante na estratégia de uma empresa multinacional competitiva”, sublinha Diogo Alarcão, Partner da Mercer. “Todavia, com a volatilidade dos mercados e a desaceleração do crescimento económico em muitas partes do mundo, impõe-se uma análise crítica sobre a relação custo/eficiência nos pacotes de remuneração de expatriados. À medida que aumenta a necessidade das organizações em apostar num rápido crescimento e maior exposição à escala mundial, é necessário garantir dados precisos e transparentes para compensar de forma justa todos os tipos de tarefas”.

De acordo com 22º estudo global sobre o Custo de Vida de 2016 da Mercer, Lisboa subiu onze posições no ranking, passando da 145ª posição em 2015, para o 134º lugar este ano, permanecendo ainda assim como uma das cidades menos dispendiosas para expatriados a nível global.

No Top 10 encontra-se Hong Kong, que lidera a lista das cidades mais caras para expatriados, empurrando Luanda, a capital Angolana, para a segunda posição. Zurique e Singapura mantêm a terceira e quarta posições, respetivamente, e Tóquio assume o quinto posto, registando uma subida de seis lugares face ao ranking do ano passado. Kinshasa, no sexto lugar, aparece pela primeira vez no top 10, depois de ter ocupado o 13.º lugar no ano anterior.

Entre as restantes cidades no top 10 do ranking Mercer de cidades mais caras para expatriados encontram-se Xangai (7), Genebra (8), N’Djamena (9) e Pequim (10). No extremo oposto – as cidades mais baratas para expatriados – encontram-se Windhoek (209), Cidade do Cabo (208) e Bichkek (207).

Este estudo da Mercer é um dos mais completos do mundo e é concebido para ajudar empresas multinacionais, bem como governos  e outras organizações a determinarem estratégias de compensação para os seus colaboradores expatriados. A Cidade de Nova Iorque é utilizada como cidade base, servindo de comparação para todas as outras cidades. Deste modo, os movimentos monetários são medidos em relação ao dólar americano. O estudo inclui mais de 375 cidades em todo o mundo. O ranking deste ano inclui 209 cidades dos cinco continentes e mede o custo comparativo de mais de 200 items em cada local, incluindo habitação, transportes, comida, roupa, bens de uso doméstico e entretenimento.

“A otimização do retorno do investimento com menos recursos e com a falta de talentos em todo o mundo torna as iniciativas de crescimento mais difíceis para as multinacionais”, refere Diogo Alarcão. “As organizações devem assegurar-se que, através de pacotes de remuneração justos e competitivos, conseguirão melhorar os seus resultados e responder de forma eficaz aos desafios que enfrentam”.

Tiago Borges, Responsável Ibérico da área de estudos de mercado da Mercer, acrescentou ainda que “as alterações no custo de bens e serviços, em conjunto com a inflação e a volatilidade cambial, fazem   com que os custos de colocação de colaboradores no estrangeiro possam, por vezes, ser superiores ou inferiores ao esperado“. 

Europa, Médio Oriente e África

Embora tenhamos assistido à desvalorização do Euro face ao Dólar, situação que levou à redução do nível do custo de vida relativo em algumas cidades europeias, Lisboa subiu 11 posições no ranking, ocupando este ano a posição 134º. A explicação prende-se essencialmente com o aumento do custo de alguns items que pesam na ponderação como os valores das rendas, que com o aumento da procura, associado ao turismo, acabaram também por aumentar a nível nacional.

Duas cidades europeias estão na lista das 10 cidades mais caras. Zurique ocupa o terceiro posto do ranking e é a cidade europeia mais cara, seguida de Genebra (8), que desceu três lugares este ano. Berna (13) desceu quatro lugares face ao ano passado, seguindo o enfraquecimento do franco suíço face ao dólar americano.

Várias cidades da Europa mantiveram-se estáveis devido à estabilidade do euro face ao dólar americano. Paris (44), Milão (50), Viena (54), e Roma (58) mantêm sensivelmente os mesmos níveis do ano passado, enquanto Copenhaga (24) e São Petersburgo (152) mantiveram as mesmas posições.

Outras cidades, incluindo Oslo (59) e Moscovo (67), desceram 21 e 17 lugares respetivamente, como resultado da perda de valor significativa das suas moedas face ao dólar americano. Londres (17) e Birmingham (96) desceram cinco e 16 lugares, respetivamente, enquanto as cidades alemãs de Munique (77), Frankfurt (88) e Dusseldorf (107) subiram no ranking.

“Mesmo com o aumento de preços nesta região, algumas moedas locais europeias enfraqueceram face ao dólar americano, o que as «empurrou» algumas posições para baixo no ranking”, explica Tiago Borges “Além disso, outros fatores, como os recentes eventos de ameaça à segurança, a instabilidade social e preocupações quando às perspetivas económicas tiveram um claro impacto nesta região”.

Algumas cidades na Europa Central e de Leste subiram no ranking. Entre estas, Kiev (176) e Tirana (186) encontram-se hoje oito e 12 lugares mais acima, respetivamente.

Tel Aviv (19) continua a ser a cidade mais cara para expatriados no Médio oriente, seguida do Dubai (21), Abu Dhabi (25) e Beirute (50). Jeddah (121) mantém o estatuto de cidade menos cara da região, independentemente da subida de 30 lugares. “Várias cidades do Médio Oriente subiram no ranking graças ao declínio de cidades de outras regiões, assim como ao aumento considerável do custo de alojamento para expatriados, particularmente em Abu Dhabi e Jeddah”, conclui Tiago Borges.

Apesar de ter caído do topo da lista global, Luanda, em Angola (2), continua a ser a cidade africana mais cara. Segue-se Kinshasa (6), com uma subida de 7 lugares face a 2015. Também com uma subida, mas de um posto, N’Djamena (9) é a cidade africana seguinte na lista, seguida por Lagos, Nigéria (13) que subiu 7 lugares. Com uma queda de 3 lugares, Windhoek (209) na Namíbia é a cidade menos cara na região e também a nível global. 

Américas

As cidades dos Estados Unidos da América subiram no ranking devido à força do dólar americano face a outras moedas. Esta subida fica ainda a dever-se à queda de cidades de outras regiões, resultando na subida de cidades americanas na lista. Nova Iorque subiu cinco lugares para a 11.ª posição do ranking, sendo a primeira cidade americana a aparecer na lista. São Francisco (26) e Los Angeles (27) subiram onze e nove lugares respetivamente, e Seattle (83) deu um salto de 23 lugares face ao ranking de 2015.

Tiago Borges explica que “independentemente do fraco aumento de preços geral, a maioria das cidades norte-americanas subiu no ranking, sobretudo devido à valorização do dólar”.

Na América do Sul, Buenos Aires (41) é a cidade mais cara, mesmo com uma queda de 22 lugares face ao ano de 2015. San Juan, Porto Rico (67) é a segunda cidade mais cara nesta região e subiu 22 lugares. A maioria das outras cidades da América do Sul desceu no ranking devido ao enfraquecimento das moedas locais face ao dólar americano, mesmo tendo em consideração o aumento de preço de bens e serviços em países como o Brasil, Argentina ou Uruguai. São Paulo (128) e Rio de Janeiro (156), em particular, desceram  88 e 89 lugares respetivamente, mesmo com um  aumento significativo da procura de bens e serviços. Lima (141) caiu 19 lugares e Bogotá (190) 42 lugares. Manágua (192) é a cidade menos cara na região da América do Sul. Caracas, na Venezuela, foi excluída do ranking devido à complexa situação monetária – o ranking da capital Venezuelana iria variar consideravelmente consoante a taxa de câmbio escolhida.

As cidades canadianas continuaram a descer na lista deste ano, em grande parte devido ao dólar canadiano, que se revelou mais fraco. A cidade canadiana mais cara do ranking, Vancouver (142), desceu 23 lugares. Toronto (143) desceu 17 lugares e Montreal (155) e Calgary (162) desceram 15 e 16 lugares, respetivamente.

Ásia Pacífico

Este ano, Hong Kong (1) surge como a cidade mais cara para expatriados tanto na Ásia como globalmente como consequência da queda de Luanda no ranking devido ao enfraquecimento da moeda local. Singapura (4) manteve a posição, enquanto Tóquio (5) subiu seis lugares. Xangai (7) e Pequim (10) seguem-se-lhes. Shenzhen (12) subiu dois lugares e Seul (15) e Cantão, na China (18), desceram sete e três lugares respetivamente.

“O fortalecimento do yen japonês «empurrou» as cidades nipónicas para cima no ranking”, explica Tiago Borges. “No entanto, as cidades chinesas caíram no ranking devido ao enfraquecimento do yuan chinês face ao dólar americano”.

Mumbai (82) é a cidade mais cara da Índia, seguida de Nova Deli (130) e Chennai (158). Calcutá (194) e Bangalore (180) são as menos caras cidades indianas no ranking. Ainda no continente asiático, Banguecoque (74), Kuala Lumpur (151) e Hanói (106) desceram 29, 38 e 20 lugares respetivamente. Baku (172) registou a queda mais drástica no ranking, descendo mais de 100 lugares. A cidade de Ashkhabad no Turquemenistão subiu 61 lugares e está no 66.º lugar global.

As cidades australianas verificaram  algumas das mais acentuadas quedas no ranking deste ano, alimentadas pela depreciação da moeda local face ao dólar americano. Brisbane (96) e Camberra (98) caíram 30 e 33 lugares respetivamente, enquanto Sidney (42), a cidade australiana mais cara para expatriados, registou uma queda moderada de 11 lugares. Melbourne desceu 24 lugares, para o 71.º lugar na lista.

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