Naturopatia e o Cancro: da prevenção ao tratamento

A Naturopatia, ou Medicina Natural, consiste num método terapêutico que tem como base o princípio de que a saúde é mantida pelo próprio corpo, através dos seus mecanismos de defesa, que devem ser estimulados e reforçados. Esta vertente da Medicina dá especial ênfase à prevenção e estimulação da cura utilizando a alimentação e terapias naturais.

Para o Dr. André Dourado, Mestre em Medicina Natural e colaborador no Centro Mama Help (doentes com cancro de mama), “A Medicina convencional e a Medicinas Natural são complementares, podendo ser fortes aliadas no tratamento de cancro. Existe um número cada vez maior de pessoas com cancro que recorrem a estas terapias como forma de diminuir os efeitos secundários dos tratamentos convencionais, saber que terapias naturais fazer e que não interfiram com o tratamento convencional ou simplesmente melhorar o estado de ânimo e atitude face a esta etapa difícil da sua vida”.

A fitoterapia, que recorre à utilização de plantas, é uma das técnicas mais utilizadas nestes tratamentos nos quais algumas plantas medicinais podem aumentar a eficácia dos tratamentos (quimioterapia) ao mesmo tempo que reduzem o impacto dos seus efeitos secundários e estimulam o sistema imunitário. No entanto, quando mal aplicada, pode prejudicar a quimioterapia, radioterapia ou terapia hormonal.

No caso da homeopatia, que utiliza remédios ultra diluídos, é cada vez mais utilizada por não interferir com os tratamentos convencionais. Pode ser aplicada para anular efeitos desagradáveis destes tratamentos ou até para ajudar a prevenir ou reduzir o risco de recidiva.

Por outro lado, a nutrição assume também um papel essencial na Naturopatia e no tratamento de pacientes com cancro. É da responsabilidade do Naturopata ensinar quais os alimentos e nutrientes que devem ser consumidos e que contribuem para o equilíbrio do organismo e os que não se devem ingerir, sobretudo para prevenir, por exemplo, alterações intestinais, náuseas e vómitos, feridas na boca, perda de saliva, queimaduras, feridas nas mãos e pés, dores neurológicas, diminuição das defesas e anemia (alguns dos efeitos colaterais mais comuns em pacientes com cancro).

Segundo o Dr. André Dourado, “A alimentação terapêutica pode ainda ser complementada com outras terapias como osteopatia, acupunctura, reiki, yoga, entre outros, para melhorar os resultados e o bem-estar dos doentes.”

Numa altura em que o estatuto legal das Medicinas Alternativas está a ser revisto e legislado, é cada vez mais expressivo o número de pacientes com cancro que recorre a este tipo de terapias naturais, tendo registado um significativo aumento nos últimos anos. Além da procura individual por parte dos doentes, muitas das técnicas da Medicina Natural têm sido implementadas em vários hospitais e adotadas por médicos nos processos de tratamento.

Por este motivo se têm vindo a somar o número de pessoas que procuram formação nesta área e que pretendem complementar os seus conhecimentos tradicionais com outras técnicas e soluções. Um dos exemplos de sucesso em Portugal é a EMAC (Escola de Medicinas Alternativas e Complementares), sediada no Grande Porto, que registou no último ano o dobro das inscrições de alunos nos seus cursos.

A saúde nas mãos da Natureza deixou de ser tabu e é atualmente uma escolha de eleição para reencontrar o equilíbrio do corpo e da mente, quer seja enquanto terapia preventiva quer enquanto auxilio em tratamentos mais complexos.

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