Olá, eu sou Amandine e sou uma batata-princesa….

Olá, eu sou Amandine e sou uma linda batata-princesa. Tenho uma pele fina, uma forma alongada que me dá um aspeto elegante e, porque não assumi-lo, sexy!!! A minha polpa é firme, mas suave e tenra ao mesmo tempo e quando sou consumida, tenho um sabor amanteigado. Sou requintada, rica e cremosa. Consumam-me cozida, que não esfarelo; em puré, salteada; no forno, mas não me fritem, não fui adaptada à fritura, e além disso só tenho 80 calorias por cada 100gr. Ah! E já vos disse? Ganhei o Sabor do Ano 2022… No fundo, sou deliciosa e irresistível…

Mas deixem-me contar a minha história. Fui criada em França, de um cruzamento das batatas Charlotte e Marianna. Posso dizer que a minha “paternidade” devo-a à empresa francesa Germicopa, mas demorei 10 anos até chegar ao que sou hoje: uma batata com grandes qualidades organoléticas e valores nutricionais. Quando em 1994 tive finalmente direito à minha inscrição no catálogo de espécies e variedades foi um dia feliz e atualmente sou uma variedade protegida.

Cheguei a Portugal há cerca de dois anos, com a pompa e circunstância digna de uma princesa. Mas eu mereço, afinal sou a mesma durante todo o ano, por isso, quem me compra sabe que terá no prato uma batata com uma qualidade consistente, que procura satisfazer as novas exigências e hábitos culinários.

Para eu chegar cá, fizeram uma associação em Julho de 2019, a Associação Princesa Amandine Ibérica, com três sócios espanhóis e um português, a Campotec. Em Portugal, só a Campotec é que me pode cultivar e comercializar.

Hoje em dia, já somos muitas irmãs e somos produzidas em França de Outubro a Maio, em Espanha de Maio a Junho e Portugal de Junho a Setembro e, este ano, vamos atingir os 120 hectares de cultivo só na Península Ibéria e, só em Portugal, seremos 700 toneladas.

Do campo para a mesa

Confesso que, apesar de ser realeza, não fazia ideia do caminho longo e rigoroso que teria de fazer até me transformar numa deliciosa salada ou num cremoso puré. Em Portugal crescemos nos campos do Ribatejo, lá para as zonas de Almeirim, onde somos colhidas entre junho e setembro. Começa aí a nossa viagem que pode ser totalmente rastreada devido à associação entre os agricultores, os técnicos e os empacotadores.

Logo que somos colhidas somos sujeitas a uma triagem manual, o que leva à eliminação de algumas Amandines. Depois de uma primeira escolha somos ensacadas para irmos para a fábrica da Campotec. Somos lavadas e classificadas e novamente triadas e somente as melhores somos elevadas a Princesas para garantir uma qualidade consistente todo o ano. Na fábrica somos analisadas novamente e testadas. Cada lote tem um número que nos identifica desde a origem até ao final e tem um caderno de campo onde é guardada a documentação detalhada de cada parcela.

Depois somos “vestidas” de cor-de-rosa forte, onde não falta uma fotografia nossa e uma coroa, e vendidas em pacotes de 1,5kg o que é o peso ideal para não ficarmos a envelhecer em casa. É que, por muito boa qualidade que tenhamos, a velhice também nos atinge e não temos cremes de beleza que nos valham. A temperatura ambiente fica sempre acima do valor desejado de conservação e nem sempre ficamos guardadas em local escuro como devíamos.

No retalho não passamos despercebidas e, para dizer a verdade, até me surpreendeu que um produto como eu, que faz parte da dieta básica de, vamos dizer, quase todos os portugueses, criasse um burburinho tão grande. Mas pensando melhor, o segredo não é difícil: aliada à minha grande qualidade, que me torna uma batata verdadeiramente icónica, estou assessorada por uma campanha de marketing que me soube posicionar. E eu, sexy como sou, sei o meu valor e sei piscar o olho ao mercado.

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