População mais sensibilizada para a Hipertensão Arterial

No estudo sobre a “Percepção da População sobre Hipertensão”, da Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH), 56% da população considera estar mais informada sobre a hipertensão enquanto um problema de saúde pública (2007 – 41%; 2009 – 43%). 47% acredita estar mais informada do que há cinco anos atrás.

Este estudo, apresentado hoje no 9º Congresso Português de Hipertensão e Risco Cardiovascular Global, tem como objectivo avaliar o conhecimento da população portuguesa sobre a hipertensão face a 2007, de forma a verificar se existem alterações na maneira como percepcionam e lidam com a doença, assim como nos comportamentos para a prevenir e tratar.

Segundo os resultados obtidos, 85% da população considera que ter hipertensão é ter tensão alta, apesar de 28% não saber os valores a partir dos quais se tem hipertensão e de 22% assumir desconhecê-los por completo. Contudo, importa referir que, em relação há sete anos atrás, as pessoas estão mais informadas (2007 – 38%; 2009 – 36%; 2014 – 49%) sobre os valores a que corresponde um cenário de hipertensão.

Mais de metade da população (61%) percepciona a hipertensão como um problema grave de saúde, sendo que apenas 36% considera ser um problema muito grave. Por outro lado, 79% da população considera que a hipertensão é um problema com que todas as pessoas em geral se devem preocupar. 19% acredita que só quem tem hipertensão é que se deve preocupar e apenas 1% desvaloriza por completo a doença.

Depois das várias acções de sensibilização da SPH, a população já evidencia conhecimento sobre quais as principais causas da hipertensão. 70% aponta o consumo excessivo de sal, seguido da má alimentação (56%) e do stress (40%). A obesidade, o tabagismo, a hereditariedade e o excesso de consumo de álcool também são referidos como causas da hipertensão.

Em termos dos principais riscos associados à hipertensão, a maioria da população destaca o AVC (74%) e o enfarte do coração (61%). Lesões nos rins, morte súbita, arteriosclerose e diminuição da visão são também mencionados.

No que diz respeito à caracterização da população hipertensa, o estudo revela que 17% da população afirma ter hipertensão diagnosticada pelo médico, sendo que a forma mais apontada para o seu tratamento são os medicamentos (81%), seguido da diminuição do consumo de sal (40%) e do controlo regular da tensão arterial (35%). Por outro lado, metade da população (51%) só mede a tensão arterial quando vai ao médico. A farmácia continua a ser o principal local de medição da tensão arterial (2007 – 68%; 2009 – 61%; 2014 – 62%) embora a medição em casa tenha vindo a ganhar relevância face aos anos anteriores (2007- 35%; 2009 – 41%; 2014 – 44%).

Este estudo foca também a percepção da população do que diz respeito ao consumo excessivo de sal, tendo-se verificado que a população está mais informada sobre os malefícios que uma dieta com alto teor de sódio pode provocar (78%). Contudo, mais de metade da população (54%) ainda desconhece o consumo diário de sal recomendado pela Organização Mundial de Saúde.

Apesar de conscienciosos dos problemas associados ao consumo excessivo de sal (tensão alta, AVC, enfarte do coração), apenas ¼ da população mudou os seus hábitos de consumo. Se recuarmos cinco anos atrás, verificamos que esta percentagem se manteve inalterada, o que revela pouca preocupação na redução do consumo de sal. Além disso, mais de metade da população (62%) não verifica qual a quantidade de sal presente nos alimentos embalados, os que fazem não a identificam facilmente.

Médicos e Farmacêuticos consideram que a população não está suficientemente informada sobre os malefícios do sal

O estudo foi também realizado junto de profissionais de saúde, de forma a avaliar a atitude de médicos e farmacêuticos relativamente ao tratamento e aconselhamento ao público. Para 60% dos médicos e 57% dos farmacêuticos a hipertensão é o principal factor de risco de doença cardiovascular, sendo o AVC, o enfarte do miocárdio e a insuficiência cardíaca as complicações mais mencionadas.

De um modo geral, os profissionais de saúde consideram que a população não está muito informada sobre os riscos da hipertensão e que adopta poucas medidas de controlo e prevenção. Para os médicos, só 14% da população hipertensa controla efectivamente a sua tensão arterial. Já os farmacêuticos são mais optimistas e consideram que 28% da população hipertensa mede frequentemente a tensão arterial. Como medidas preventivas apontam a redução do consumo de sal, exercício físico e alimentação equilibrada.

Em termos de meios mais eficazes para veiculação de informação sobre hipertensão, a opinião de médicos e farmacêuticos é unanime. A comunicação social, os profissionais de saúde e os rastreios são as formas de sensibilização mais mencionadas. De referir que o Dia Mundial da Hipertensão tem vindo a ganhar cada vez mais notoriedade juntos dos profissionais de saúde, sendo considerada uma boa iniciativa para alertar a população.

A apresentação oficial destes resultados terá lugar no 9º Congresso Português de Hipertensão e Risco Cardiovascular Global, que decorre entre os dias 26 de Fevereiro a 1 de Março, no Tivoli Marinotel, em Vilamoura.

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