Portugal é campeão do diesel

Com uma quota de mercado de 72%, Portugal apresenta-se em primeiro lugar relativamente aos veículos particulares novos a diesel. Inventados na Europa, os automóveis a diesel foram-se desenvolvendo tecnológica e comercialmente e têm hoje uma penetração de 55% no mercado europeu de veículos de passageiros. Esta é uma das conclusões do Caderno Automóvel 2015, o estudo Observador Cetelem que se dedica à análise do mercado automóvel.

Portugal, França, Espanha e Bélgica são os mais adeptos da tecnologia diesel, com uma penetração superior a 65%. O cenário é bastante diferente na Europa do Leste, onde esta tecnologia não tem tanta notoriedade: na Polónia, as vendas de veículos a diesel são inferiores a 40%.

Em todo o mundo, apenas a Turquia apresenta taxas de penetração semelhantes às da Europa Ocidental, com uma quota de diesel que se situa nos 59%. Nesse país, que apresenta uma fiscalidade favorável para o diesel, os impostos sobre os combustíveis são, por outro lado, os mais elevados: os automobilistas turcos apresentam, por isso, uma sensibilidade extrema ao custo que o combustível representa nas suas despesas com os automóveis, o que explica a sua preferência pelo diesel.

Já nos Estados Unidos, país da gasolina por excelência, o diesel é ainda pouco representativo, com uma taxa de penetração que se situa nos 3%. Ainda assim, esta tecnologia tem apresentado uma franca progressão, com um crescimento de mais de 30% entre 2012 e 2013.

Noutros países, como o Japão, a China e o Brasil, a quota do diesel é praticamente inexistente. No arquipélago nipónico, esta tecnologia tem uma imagem negativa desde os graves problemas de poluição dos anos 90, estando proibida em algumas cidades. Por outro lado, os construtores japoneses têm concentrado os seus esforços no desenvolvimento de sistemas de propulsão alternativos, nomeadamente híbridos. Também na China, o diesel tem uma reputação de fraca qualidade, à qual acresce um défice de abastecimento. No Brasil, o diesel é pura e simplesmente proibido para veículos de passageiros, só sendo permitida a sua utilização a veículos comerciais.

As análises económicas e de marketing, bem como as previsões, para o Caderno Automóvel 2015, foram efetuadas em colaboração com a empresa de estudos e consultoria BIPE (www.bipe.com). Os inquéritos de campo ao consumidor foram conduzidos pela TNS Sofres, durante o mês de julho de 2014, em catorze países (Bélgica, Alemanha, Espanha, França, Itália, Polónia, Portugal, Reino Unido, Turquia, Japão, Estados Unidos, Brasil, China e África do Sul), com amostras representativas das populações nacionais, num total de 7.550 pessoas questionadas pela Internet.

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