Sara Cardoso: É muito difícil arranjar uma definição universal de felicidade

A autora Sara Cardoso está de regresso com o livro: “Escolho Ser Feliz”, e em entrevista ao ShoppingSpirit, fala do que é a felicidade, do caminho para a atingir e fala ainda de fé.

Porque é que escolheu este tema e escreveu este livro?

Pergunta difícil. Eu normalmente trabalho em vários livros ao mesmo tempo. Começo a desenvolver dois ou três temas. Escolhi este porque foi este que ganhou mais vida, mais corpo. Esta ideia foi desenvolvendo-se mais depressa do que as outras que eu estava a trabalhar e acabei por trabalhar neste livro.

Este livro “Escolho ser Feliz”, reúne uma série de conselhos que acabam por ser de senso-comum, que as pessoas deveriam discorrer por elas próprias. Porque é que é tão difícil para certas pessoas chegarem a estas conclusões?

Faz-me lembrar a história do ovo de colombo, depois de se descobrir é muito fácil no entanto as pessoas não chegam lá muitas vezes sozinhas. É preciso alguém que lembre este tipo de coisas e é isso que faz o livro: tentar lembrar as pessoas das coisas que no fundo elas interiormente já sabem.

Ou seja serve para espicaçar as pessoas.

No fundo é isso, ativá-las. O objetivo do livro é por a funcionar a sabedoria interior de cada um, fazer as pessoas refletir sobre assuntos que afinal não são assim tão novos quanto isso, só que as pessoas nunca andaram a refletir sobre ele

Porque é que isso acontece. Porque é que para certas pessoas mais pragmáticas, será mais fácil. Serão as emoções que interferem?

Eu penso que é mais simples. Eu penso que a resposta tem a ver com a hiperatividade que se vive. As pessoas têm uma vida tão agitada, a maior parte das pessoas, uma vida tão preenchida e ocupada que não dão tempo a elas mesmas para refletirem e meditarem sobre este tipo de assuntos.

No seu livro fala também de fé. Como é que se arranja fé? Há quem seja crente, seja em que religião for, e a fé é-lhes inerente. Mas também há aqueles que não têm mas gostavam de ter. Como é que a arranjam?

Eu estou a lembrar-me de uma frase que se ouve dizer “Na hora da morte não há ateus”. Muitas vezes as pessoas só descobrem a fé quando passam por dificuldades, porque se calhar até aí nunca precisaram de a ter. Quando tudo está bem, a fé não faz muita falta. Mas quando as coisas começam a ficar difíceis, as pessoas descobrem que a fé pode ser uma ajuda preciosa. Mas tem que ser um movimento de dentro para fora, ou seja nós não podemos ensinar nem convencer ninguém a ter fé. Tem que ser uma necessidade que venha do interior de cada um.

E isso toda a gente tem?

Não, nem toda a gente tem fé, nem toda a gente tem necessidade de a ter e está bem assim.

Também fala de autoestima no seu livro. Existe algum perigo de excesso de autoestima? Demasiada autoestima que nos pode cegar e levar a cometer erros? Ou seja tornar-nos arrogantes? Ou será que o excesso de autoestima de alguém não esconde também insegurança?

É uma questão interessante. Aquilo que eu falo mais no livro é na falta de autoestima e em como nós podemos trabalhar para a melhorar porque se calhar as pessoas que eu atendo em consulta é aquilo que vejo mais. Mas sem dúvida que, respondendo à sua pergunta, excesso de autoestima também não será tão bom como isso, embora não seja o que se veja mais. O que se vê mais é a falta e foi com base nisso que escrevi o capítulo da autoestima.

Para terminar. O que é a felicidade?

Depende de pessoa para pessoa. É muito difícil arranjar uma definição universal de felicidade que sirva a todos porque cada um tem o seu entendimento de felicidade. Não há uma definição, mas tentando arranjar uma o mais abrangente possível, diria que é um estado de contentamento que nós atingimos quando vemos o mundo de forma positiva.

Porque há muita gente que defende que não existe a felicidade, existem momentos felizes…

Sim também já tenho ouvido dizer isso, e faz também muito sentido. Então se nós formos por esse lado, queremos ter muitos momentos felizes e a felicidade será uma vida cheia de momentos felizes.

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