Talude: a maior obra de arte urbana já vive em Lisboa

Localizado na Alta de Lisboa, o arrojado projeto do artista RAF abrange uma área de 2600m2. RAF espera que a obra contribua para atrair novas pessoas para aquela zona da capital.

A Alta de Lisboa viu nascer uma das maiores obras de arte urbana da Europa a ser desenvolvida por um só artista. Com o objetivo de transformar um elemento urbanístico preexistente – um talude – num espaço dinâmico, a SGAL desafiou o artista RAF, Rui Alexandre Ferreira, a repensar o espaço e desenvolver um trabalho artístico com a sua assinatura.

Originalmente, o talude impunha-se como um elemento predominante, mas sem interesse urbanístico para as zonas envolventes. Para atenuar esses fatores, RAF procurou criar um trabalho artístico dinâmico que transmitisse alegria, vontade de aproximação e sentido de pertença, acrescentando valor ao local e dotando-o de outras valências.

“Quando me desafiaram para trabalhar aquilo que era, na altura, um gigante bloco de cimento, imediatamente a minha cabeça se encheu de ideias. Olhando à volta, vemos prédios recentes coloridos que se misturam com a palidez de outras construções mais antigas. Decidi logo pegar no elemento cor para trabalhar este projeto, e comecei a imaginar de que forma poderia, com recurso à utilização de cor e de técnicas de aerografia, atribuir-lhe uma nova dimensão.”, esclarece RAF.

Para atenuar a sua volumetria, RAF recorreu a cores vibrantes e criou efeitos visuais tridimensionais, que criam a ilusão de volume e atribuem dimensão – um olhar mais atento permite identificar formas escondidas e discretas que atuam como elementos visuais que apelam à imaginação.

Pela sua localização – na freguesia mais antiga de Lisboa – Lumiar, onde se foram instalando, ao longo dos anos, muitas comunidades emigrantes e com origens sociais muito diversas, e que agora se misturam com construções modernas e de luxo –, este projeto traz consigo um apelo social ao dinamismo e ao despertar daquela zona de Lisboa.

“Com esta obra, queria não só desenvolver um trabalho artístico relevante para a arte urbana, mas desejei, acima de tudo, que isto pudesse ser a concretização de algo em que estou a trabalhar há já alguns anos: o dinamizar desta zona de Lisboa. Faço parte da comunidade deste bairro desde muito pequeno e, por isso, este projeto é-me muito próximo”.

Rui espera que este projeto contribua para transformar o bairro num local de interesse turístico e comercial que, à semelhança de outros exemplos de arte urbana na capital, atraia novos públicos e operadores para esta zona. Um potencial que se concretizou no Festival Internacional de Street Art de Lisboa, que decorreu na Alta de Lisboa em Maio deste ano, e onde o Talude foi não só a maior obra de arte urbana, como também aquela onde decorreu a maior interação e dinamismo com a população e visitantes.

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