Tivoli Lisboa recebe a artista Sofia Leitão

No seguimento do seu posicionamento em estreita ligação com a arte e a cultura na cidade de Lisboa, o Tivoli Lisboa, tem sido palco de exposições e instalações de diversos artistas portugueses.

Assim, o Tivoli Lisboa recebe a Artista Sofia Leitão, que nos apresenta a Instalação In Absentia, no Lobby do Hotel, de 31 Janeiro a 30 Março de 2013.

Ao pensar numa proposta para este espaço, rapidamente surgiu na memória da artista uma era, à qual o nosso imaginário colectivo ainda associa a era do Glamour e das grandes viagens, quando se passavam longas temporadas em Hotéis como o Tivoli.

Este referencial foi fruto do cinema de Hollywood do período da II Guerra Mundial e teve nos Hotéis um dos seus palcos preferenciais. Os hotéis são espaços evocativos, propensos ao imaginário cinematográfico. Sobretudo os aspectos relacionados com a sua ambiguidade. Por serem espaços de isolamento colectivo e de domesticidade transitória, é difícil não imaginar as histórias que neles se passaram.

Foi a partir da memória do espaço e da interligação dos conceitos de transitoriedade, ausência e glamour, que a artista desenvolveu as peças apresentadas. O objectivo é refletir sobre o carácter evocativo deste espaço, de forma a cristalizar no tempo um instante específico: o instante em que este corpo ausente que é evocado através dos objetos se prepara para partir.

Noutros tempos, nos momentos que precediam uma viagem, cobriam-se os móveis e em seguida havia um breve compasso de espera que antecedia a partida. O que nos faz pensar que se trata de uma outra era é o estilo anacrónico dos objetos expostos na Brasserie Flo, que remetem para a década dos anos 1930/1940.

No lobby, os móveis protegidos do pó, reforçam o carácter nostálgico e remetem para o espaço doméstico, criando assim um efeito de deslocação ao subverter o conceito espaço público para o privado.

O espelho, usado como revestimento é um material eminentemente transitório por excelência; muda de acordo com o ponto em que é observado. Este material, amplamente simbólico, funde-se com o contexto em que se encontra de uma forma quase espectral, acentuando o seu carácter fantasmático, ao mesmo tempo que absorve o que o rodeia.

Esta intervenção enfatiza a memória e a ausência de um corpo, como se a pessoa a quem pertencem os objectos apenas se tivesse ausentado por um momento perdido no tempo.

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