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A Paixão Segundo G.H., a obra da escritora Clarice Lispector publicada em 1964 e que pertence ao rol dos livros importantes da humanidade, é agora transposta pela Vista Alegre, numa peça única, de edição limitada a 1000 exemplares, concebida por Mariana Valente, neta de Clarice Lispector, designer e artista que descobriu na técnica da colagem a sua linguagem gráfica e tem como temas favoritos a memória e subjectividade femininas.
A Paixão Segundo G.H. é um romance-enigma na primeira pessoa que aproxima a literatura de Clarice Lispector ao existencialismo de Jean-Paul Sartre.
A peça A Paixão Segundo G.H., inspirada na obra homónima da escritora Clarice Lispector e decorada por Mariana Valente, foi apresentada na Fundação Calouste Gulbenkian e incluiu a atuação da atriz Teresa Lima numa peça intitulada “Clarice por Clarice” em que fala na primeira pessoa como se de Clarice se tratasse, baseada nos textos de Clarice Lispector, e a intervenção do escritor Benjamin Moser, autor da biografia de Clarice Lispector “Uma Vida”, e um dos grandes especialistas mundiais sobre Clarice.
Esta é a sexta peça a integrar a coleção ‘1+1=1’ da Vista Alegre – um autor + um artista = uma peça – , criada com o objetivo de divulgar e premiar a excelência na produção artística a nível internacional. A coleção, de edição limitada a 1000 exemplares, consiste num diálogo artistico entre dois criadores reconhecidos em distintas áreas culturais, do qual nasce uma pela exclusiva em porcelana, que é acompanhada com uma reedição da obra original. A Paixão Segundo G.H. tem um PVP de 250€.
A peça criada por Mariana Valente representa os três principais momentos do estado emocional de G.H.. Na primeira composição, a preto e branco, são representados elementos do quotidiano e maquinaria que simbolizam a sensação de uma existência mecanizada.
O segundo momento representa uma fase de transição, onde a colagem ganha cor. A personagem perde a sua identidade e busca suporte numa mão anónima. No último momento a personagem G.H. sustenta o carácter primitivo e possível da sua humanidade.
No interior da peça, a frase “desamparada, te entrego tudo – para que faças disso uma coisa alegre” e um espelho, permitem o encontro da personagem com o seu reflexo. Os encontros internos representam o diálogo que há no livro entre o desabafo da personagem e o leitor.
Para Mariana Valente, a artista responsável pela conceção da peça, A Paixão Segundo G.H. “exigiu uma dedicação particularmente dolorosa”, nomeadamente, ” O atravessamento do texto com suas passagens e pulsações encaminhando o leitor a entrar em contato consigo mesmo”.
Para Nuno Barra, Director de Marketing e Design Externo da Vista Alegre, “É uma honra recontar a história de A Paixão de G.H. e recordar Clarice Lispector, uma das escritoras mais talentosas do século XX. É um orgulho incluí-la na história da Vista Alegre, desenvolvendo uma peça que celebra a sua obra e a eterniza através do talento da sua neta, Mariana Valente”.
