Crash, de J. G. Ballard, regressa às livrarias

crash-j-g-ballard-regressa-as-livrarias_1Ao destruir o seu carro num acidente, assistindo à morte do condutor do outro veículo diante dos seus olhos, James Ballard, o narrador deste livro, descobre o fascínio pela confusão e caos do metal e de superfícies amolgadas, resultantes do impacto entre carros.

É a visão do seu amigo e visionário Robert Vaughan, homem que conduz uma espécie de irmandade de adoradores obcecados com as possibilidades eróticas dos desastres de viação, que Ballard partilha connosco: o derradeiro acidente, uma colisão frontal, um vórtice de sangue, sémen e líquido refrigerante – retrato singular da dependência crescente da tecnologia como intermediária das relações humanas, em que o erótico, o mecânico e o macabro se confundem.

Publicado originalmente em 1973, Crash continua a ser um dos romances mais chocantes do século XX, tendo sido adaptado
para cinema, sob o mesmo título e com igual controvérsia, por David Cronenberg.

Crash é o segundo livro de J. G. Ballard editado pela Elsinore, chancela do Grupo 20l20, depois do elogiado Arranha-Céus.

Sobre o autor

Filho de pais ingleses, nasceu em 1930 em Xangai, na China, para onde o pai tinha ido trabalhar, e morreu em 2009. Na sequência do ataque a Pearl Harbor, ele e a família foram colocados num campo de prisioneiros civis. Regressou a Inglaterra com a mãe e os irmãos em 1946.Após dois anos em Cambridge, onde estudou Medicina sem concluir o curso, Ballard escreveu para publicidade e foi porteiro em Covent Garden antes de partir para o Canadá como piloto da Força Áerea britânica.

Começou a escrever contos na década de 1950 e estreou-se na ficção mais longa em 1962: The Drowned World é o primeiro romance de uma das mais sólidas carreiras da ficção contemporânea.

Celebrizou-se pela sua autobiografia Império do Sol (adaptada ao cinema por Steven Spielberg), mas é em romances como Crash e Arranha-Céus (adaptados também à Sétima Arte por David Crononeberg e Ben Wheatley respetivamente) que se encontram os seus temas obsessivos: os efeitos psicológicos da cidade e da tecnologia na alienação do ser humano.

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