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Portel… o sol espreitava tímido e o frio teimava em não querer deixar a vila alentejana, mas, alheio a caprichos do tempo, o Refúgio da Vila recebeu com calor os convidados durante o Festival das Açordas que se realizava naquele fim-de-semana e ao qual se associou.
O hotel rural, classificado com 4-estrelas, permanece imune à passagem do tempo e ali os clientes podem desfrutar de uma estada confortável e agradável, em que podem aprender alguns dos segredos mais bem guardados da gastronomia alentejana. Na ocasião, como o tema eram as açordas, nada melhor do que aprender a fazer uma açorda de alho. Apesar do esplêndido pequeno-almoço, servido no restaurante Adega do Refúgio, ainda estar fresco na memória, não se resistiu ao carinho colocado pela ‘chef de serviço’ Lurdes Branquinho na feitura da açorda.
Poejo, coentros, alho, pimento, sal, ovo escalfado, bacalhau, pão e azeite local, claro, para não se perder pitada do sabor. Ah, e sem esquecer o queijo de Santana. Uma palavra definiu a açorda: deliciosa.
O Refúgio da Vila tem nas aulas de culinária dadas na “Escola de Cozinha Refúgio da Vila” uma das suas apostas e um dos elementos diferenciadores. Todos os clientes, desde que maiores de cinco anos e mediante pedido prévio, podem ficar a conhecer melhor a gastronomia alentejana que na sua simplicidade reúne sabores que perduram na memória.
Aliás um dos reptos do Refúgio da Vila, existente desde 1999, é aproximar-se cada vez mais do seu cliente, criando um ambiente acolhedor, confortável e genuinamente alentejano, tornando-o na opção natural para um fim-de-semana fora de casa no Alentejo.
A unidade, instalada numa antiga casa e cenário do filme português erro Maior, está localizada no centro histórico de Portel e foi alvo de uma requalificação e reestruturação.
A entrada é dominada pela imponente escadaria que leva até a uma parte dos quartos. Do lado esquerdo fica a recepção, o direito leva-nos ao bar e ao restaurante.
São 30 os quartos dos quais quatro são suites onde não falta a cama com dossel. Todos os quartos são muito amplos e têm uma decoração simples e adequada ao estilo de uma antiga manor house. Dispõem de ar condicionado, televisão por satélite e mini-bar.
No exterior foi construído um conjunto de quartos habilmente decorados que permitem usufruir com conforto, de uma total comunhão com a natureza. Alguns destes quartos, designados por Quartos do Monte, são dirigidos para famílias mais numerosas e para estadas mais prolongadas. A entrada é feita directamente pelo jardim uma vez que a ideia é criar a sensação de serem casinhas independentes.
O jardim oferece recantos de sombra, um bem valioso quando o sol está com todo o seu esplendor e uma piscina que no Inverno está encerrada. Os curiosos podem também espreitar a horta onde os produtos típicos e ervas aromáticas da região se desenvolvem ao seu ritmo.
Além da vertente ‘lazer’, a unidade está preparada para receber eventos, apresentações empresariais e programas de incentivo nas salas de conferência e reuniões.
Apesar dos livros, jogos, salas de estar e dos banhos de sol no terraço, os clientes que pretendam explorar os arredores têm muito por onde escolher, a pé ou de automóvel. A cerca de 10 minutos de carro podem explorar o Alqueva e toda a região limítrofe. Se a opção for andar a pé e uma caminhada íngreme não assustar, os visitantes podem subir até ao castelo de Portel, conhecer pelo caminho, a Igreja da Misericórdia, edificada em estilo barroco seiscentista junto à muralha da vila medieval, a praça D. Nuno Álvares Pereira e outros monumentos como os Paços do Concelho.
O castelo é visita obrigatória. Fundado em 1261, após doação de terras pelo rei D. Afonso III. A envolver a fortificação, pertencente à Casa de Bragança, pode conhecer-se o resto da chamada Vila Velha, o núcleo mais antigo de Portel. Do alto pode apreciar-se todo o casario e os campos a perder de vista.
Na vila não deixe de visitar o Pavilhão Temático A Bolota, um espaço de valorização e promoção do Montado que proporciona a descoberta e interpretação da paisagem através dos cinco sentidos e onde não falta uma espécie de karaoke dos cantares alentejanos. Um espaço de entrada gratuita onde os mais pequenos (e maiores) podem, ao longo de diversas salas, ver o artesanato local, a cortiça em diversas aplicações, o património e a conhecer, através de jogos, os sons, sabores e sensações do Montado.
Depois do passeio e para recuperar a energia, nada como uma refeição no restaurante do Refúgio da Vila onde os sabores do Alentejo recebem a deferência merecida, não só nas entradas com os enchidos e queijos, como nas sobremesas e nos pratos principais.
