Pinko apresenta projeto Pinko Bags For Ethiopia

Surma, Mursi, Kara, Kwego, Konso e Arbore são seis das dezasseis populações nómadas e seminómadas (pequenas sociedades primitivas, prósperas essencialmente em beleza, coragem e crueldade) que habitam as áreas mais remotas e hostis do Vale do Omo, no Sul da Etiópia.

Estes nativos, que vivem na savana do Parque Nacional do Rio Omo (local distinguido, pela UNESCO, como Património Mundial) utilizam magníficas pinturas corporais para os mais variados propósitos, mas, principalmente, para melhorar a aparência física, disfrutando deste singular gesto com grande fantasia. Para os homens, as pinturas são igualmente uma forma de celebrar batalhas e vitórias, e, para as mulheres, uma forma de demonstrar coragem e resistência à dor.

Neste local inacessível do continente africano, o status social e o sentido de pertença à tribo está pouco relacionado com os bens materiais comuns. Em vez disso, valorizam-se acessórios e ornamentos (pérolas, colares, penteados, tatuagens, ossos, penas, peles de animais), bem como as pigmentações vermelhas, pretas, brancas e amarelas ocre, expressão dos padrões e imagens de inspiração na natureza que adornam rosto e corpo. São trabalhos de arte efémeros, pois desaparecem com um rápido mergulho no rio. Agora, esses singulares símbolos e signos surgem pungentemente vivos na coleção Pinko Bags for Ethiopia.

SEIS MODELOS PARA SEIS TRIBOS

1.
Os Surma são uma tribo nómade de pastores. Por tradição, antes do casamento, as mulheres inserem nos lóbulos das suas orelhas discos redondos ou de trapézio, crescentemente maiores. Para os Surma, pintar o corpo com cores de vegetal e barro é uma atividade lúdica, um sinal de afeto, enquanto a escolha dos tons é uma questão de personalidade individual. Penas de avestruz, flores e galhos servem para enfeitar o cabelo. Pigmentos brancos, feitos de pó de calcário, ajudam a afastar os insetos.

2.
Com aproximadamente 6500 indivíduos, os Mursi são um povo seminómada essencialmente pastorício, produzindo também milho, sorgo e mel, no caso de estes surgirem nos seus terrenos férteis. Devido à cada vez maior placa de madeira ou de barro que as mulheres, na pós-puberdade, inserem no seu lábio inferior (ou nos lóbulos das orelhas), esta é a mais (re)conhecida e maior número de vezes fotografada imagem das tribos do Vale do Omo. Tal como nas mulheres Surma, o tamanho dos ornamentos corporais indica o status social: quanto maior a placa exibida no lábio, mais alta é a posição da noiva. Este disco especial (“dhebi a tugoin”) remonta à época de tráfico de escravos árabes, servindo para desencorajar os assaltantes que procuravam mulheres jovens, livres de defeitos físicos.

3.
Com menos de 4000 membros, a tribo Arbore cultiva milho e sorgo nas suas terras, abundantes em água. Altas e orgulhosas, as mulheres são conhecidas pelas pulseiras, em osso, latão e outros materiais, que tornam os seus braços distintos. Usam simultaneamente colares multicoloridos, numa grande variedade de materiais: madeira, metal, marfim, pérolas, cabelo de girafa, que cobrem os seus seios. No que toca ao vestuário, usam um xaile preto ou em tons fortes e uma saia de couro, bordada com anéis de metal e búzios. Uma marcante banda no tornozelo é sinal de que a menina ainda não é casada. Todas as mulheres exibem brincos de metal em espiral.

4.
Kara é uma pequena tribo de 2000 pessoas que vivem na margem oriental do Rio Omo, onde pescam e colhem sorgo. Utilizando os dedos e as palmas das mãos, pintam as suas faces e corpos com surpreendentemente precisos e elegantes motivos simbólicos. Particularmente impressionantes são os padrões que criam no rosto e no peito com os pigmentos brancos (gesso), pretos (carvão), amarelos e ocre (terra). As formas amarelas e cinza nos cabelos e as cicatrizes nos braços são sinais de valor e coragem por derrotarem um inimigo ou um animal perigoso. Antes de casar, os homens devem saltar sobre um touro, sem cair no chão.

5.
Os Kwego são um pequeno grupo étnico (aproximadamente 500 pessoas, no total) que vive ao longo das margens do Rio Mago, numa série de aldeias piscatórias. Estes pescadores são especialistas na construção de canoas, bem como na captura de crocodilos, alguns deles da maior espécie africana. Por tradição, os homens andam totalmente nus ou, no máximo, com um pequeno cobertor sobre o ombro. Adoram pintar os seus corpos com desenhos de geométrica imaginativa, cheios de linhas e pontos, quase semelhantes a mapas geológicos. Graças a sistemas sociais muito semelhantes, as tribos Kwengo e Kara conjugam-se na perfeição.

6.
Os Konso vivem em aldeias fortificadas nas colinas de basalto, sobre a fronteira do Quénia. Este povo agrícola foi o primeiro a desenvolver técnicas de cultivo. Os Konso são também reconhecidos pelas impressionantes estátuas de madeira, (“Waga”), que são esculpidas e erguidas após a morte de um membro importante da comunidade. As mulheres são, de forma geral, mais altas do que as das tribos vizinhas, caracterizam-se também por elevar os seus cabelos em véus tradicionais e por usar coloridas saias de folhos e ornamentos bronze-cobre-marfim.

Check Also

Swatch revela a nova coleção Olympic Games Paris 2024

Os Jogos Olímpicos são um festival multicultural e um encontro global de atletas internacionais e …