As Aldeias de Crianças SOS em Portugal comemoram, no próximo dia 25 de março, 50 anos de existência. “Amor e um lar para cada criança” foi a premissa de âncora e desde então, a missão da Associação, procura criar um projeto de vida para cada criança, até que esta se torne autossuficiente e integrada na sociedade, fortalecendo a sua família de origem ou, quando tal não é exequível, integrando-a numa família SOS. Aqui, cada criança frutifica relações familiares e de amizade, crescendo protegida, com amor, respeito e dignidade.
As crianças que são acolhidas nas Aldeias crescem em família, partilhando uma casa com uma mãe SOS e os respetivos irmãos, crescendo com amor e respeito, aprendendo valores e compartilhando responsabilidades. O ambiente familiar oferece uma base sólida sobre a qual podem construir as suas vidas. A Associação também trabalha para fortalecer as famílias vulneráveis, instruindo-as para que possam cuidar adequadamente dos seus filhos, protegê-los e amá-los, acompanhando posteriormente os jovens no seu percurso de autonomia.
Segundo Filipe Carnall, Presidente do Concelho Diretivo, “Dia após dia, ao longo destes 50 anos, temos procurado louvar o trabalho desenvolvido pelas fundadoras Dra. Maria do Céu Mendes Correia e Dra. Palmira Cabrita Matias, em prol das crianças socialmente desprotegidas em Portugal. Estamos eternamente agradecidos a todos os colaboradores, sócios, doadores e voluntários por continuarem a acreditar fielmente na nossa missão.”
O modelo pedagógico das Aldeias de Crianças SOS tem a “intenção de nos educar e sensibilizar para um espírito de entreajuda, o que nos fazia sentir mais unidos e felizes na Aldeia SOS. Hoje, temos esse espírito e ajudamo-nos mutuamente. Tornei-me uma pessoa solidária”, conta Anabela Figueiredo, que chegou à Aldeia de Bicesse com sete anos. “A minha mãe é a melhor do mundo. É a pessoa em quem mais confio… é o motor do meu mundo! Enche-me a alma quando vou ao Facebook e vejo posts das Aldeias. Sinto e digo que fiz parte disto. Foram elas que me criaram e devo-lhes tudo o que sou e que consegui.”
As Aldeias de Crianças SOS foram fundadas, em 1949 por Hermann Gmeiner, no rescaldo da II Guerra Mundial, devido à profunda necessidade de dar aos órfãos da guerra e às crianças abandonadas a proteção de um lar e de uma família.
Mais de 500 Aldeias de Crianças SOS em todo o mundo oferecem um lar a 60.000 crianças. A Associação das Aldeias de Crianças SOS Portugal foi fundada em 1964 e é uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), reconhecida como pessoa coletiva de Utilidade Pública. A primeira Aldeia de Crianças SOS de Portugal foi inaugurada em 1967, em Bicesse.
Atualmente existem três Aldeias SOS em Portugal, situadas em Bicesse (Cascais), Gulpilhares (V.N.Gaia) e na Guarda, acolhendo cerca de 125 crianças e jovens. Para os jovens criados nas aldeias que frequentam cursos de formação profissional ou estudos universitários, foram criados os Apartamentos de Autonomia SOS, em Rio Maior e Alcântara.
Em 2012 foi lançado em Rio Maior o primeiro Programa de Fortalecimento Familiar no âmbito do acordo de cooperação com a Comissão Nacional de Protecção das Crianças e Jovens em risco. O programa tem como objectivo o acompanhamento de famílias destruturadas para que através da capacitação parental dos familiares e cuidadores da criança se possa prevenir a negligência, o abandono e a consequente institucionalização. Hoje, o Programa de Fortalecimento Familiar está presente também na Guarda, apoiando na sua totalidade 70 crianças em situação de risco.