No dia mundial do Okapi visite o Jardim Zoológico

No dia 18 de outubro comemora-se o Dia Mundial do Okapi e o Jardim Zoológico convida todos os amantes da Natureza a conhecerem melhor o mundo destes incríveis mamíferos e os perigos que enfrentam pela a sua sobrevivência. Além disso podem ver de perto o encantador casal da espécie, ao cuidado do Zoo.

O Okapi é uma espécie em perigo de extinção oriunda da floresta equatorial da República Democrática do Congo. O seu parentesco com a girafa é muito visível e ambas pertencem à família Giraffidae. Tem um pescoço longo, orelhas grandes e eretas e a sua língua preênsil é tão comprida, que é utilizada para limpar os próprios olhos, sobrancelhas e orelhas. O padrão da garupa e dos membros aproxima-o da Zebra, mas não o suficiente pois continua a ser o Okapi, a Girafa da Floresta.

Protegido pela floresta densa e pelo comportamento esquivo, o tímido Okapi é difícil de observar na Natureza, mesmo com os seus 2 metros de comprimento e perto de 300 kg de peso. A pelagem é castanha, composta por pelo muito suave e oleoso para que a água da chuva deslize até ao solo, permitindo-lhe manter-se seco mesmo nas alturas mais chuvosas da floresta equatorial africana. As exuberantes riscas negras e brancas são uma excelente camuflagem neste tipo de habitat, dificultando ser detetado já que se confunde com os raios de luz penetrantes por entre a vegetação.

O Okapi, tal como a Girafa, utiliza o olfato para localizar indivíduos do sexo oposto com objetivo de acasalar. No habitat natural, uma fêmea pode gerar uma cria de agosto a outubro, na época das chuvas em que a floresta é rica em vegetação tenra. Isto, depois de um período de gestação de aproximadamente 14 a 16 meses. O investimento da progenitora nas crias é grande, para além do longo período de gestação – superior a 1 ano – o período de amamentação pode ir até aos 9 meses. Mãe e cria comunicam vocalmente através de chamamentos descritos como uma leve tosse e balidos, audíveis ao Homem. A progenitora dedica-se à proteção da sua cria com afinco, escondendo-a na floresta durante as primeiras semanas de vida. O seu instinto de sobrevivência revela-se logo desde o seu nascimento. São capazes de se levantar e andar cerca de 30 minutos após o parto e não defecam até pelo menos às 4 semanas de idade, sendo esta uma estratégia para evitar a sua deteção por predadores através do cheiro.

A espécie encontra-se em perigo de extinção devido à perda de habitat, consequência da atividade humana que se faz agora sentir sobretudo por conflitos armados na região. Estes conflitos impedem as ações de conservação, inviabilizam o acompanhamento e a segurança da floresta e intensificam atividades como a desflorestação para exploração mineira e madeireira, bem como a caça, tanto desportiva como para a obtenção da pele e da carne. Pensa-se que estará atualmente extinto no Uganda, onde habitava a floresta de Semliki.

O papel do Jardim Zoológico é de extrema importância para a conservação da espécie, alberga Okapis desde 2005 numa instalação criada de raiz para o efeito. O “Refúgio dos Okapis” foi pensado ao pormenor para o bem-estar da espécie. Existe um rigoroso controlo de humidade e de temperatura no interior e, na zona exterior, os desníveis estão de acordo com as suas necessidades.

Eng.º José Dias Ferreira, Curador de Mamíferos do Jardim Zoológico, afirma que “O Jardim Zoológico orgulha-se não só de participar no Programa Europeu de Reprodução do Okapi (EEP) e de colaborar para o seu Studbook Internacional (ISB), mas também de, em 2010, ter sido a única instituição europeia a originar uma nova cria. E para confirmar o sucesso reprodutivo, foi já em 2013, que nasceu sob o olhar atento de uma equipa multidisciplinar incluindo veterinários e tratadores, uma segunda cria de Okapi no “Refúgio dos Okapis” do Jardim Zoológico, em Lisboa. Através do seu Fundo de Conservação, apoiamos financeiramente o Programa de Conservação in situ dos Okapis, na República Democrática do Congo”.

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