Perigo das Resistências Bacterianas na Acne

No âmbito do Dia Europeu dos Antibióticos, que se assinala no próximo dia 18 de novembro, a Galderma, farmacêutica global dedicada à dermatologia, alerta para os perigos das resistências bacterianas em doenças como a acne, cujas taxas de resistência têm vindo a aumentar exponencialmente.
Portugal é um dos 10 países da Europa com taxas de resistência microbiana mais elevadas, num momento em que a resistência aos antibióticos tem vindo a aumentar em todo o mundo, fruto do seu uso excessivo e, por vezes, inadequado, assim como do problema da automedicação. A acne é uma das doenças dermatológicas cada vez mais afetadas por esta questão, o que traz efeitos negativos para os doentes, tanto a nível físico, como emocional.

A resistência microbiana ocorre quando estirpes de bactérias se adaptam ao nosso organismo e os tratamentos utilizados para as combater deixam de surtir efeito. A proliferação da prescrição de antibióticos tópicos e orais tem levado a um aumento da taxa de resistência da bactéria Propionibacterium acnes (P. acnes), uma das responsáveis pelo aparecimento da acne.

Em muitos países, mais de 50% das estirpes da P. acnes são já resistentes a antibióticos, tendo-se verificado um aumento da taxa de resistência desta bactéria de 20% para cerca de 62% a nível mundial, entre as décadas de 1970 e 1990. A falência terapêutica no tratamento da acne com recurso a antibióticos é já uma realidade, verificando-se que cerca de 16% dos doentes em todo o mundo são portadores de P. acnes resistente a tetraciclinas, clindamicina e eritromicina.

Com a Campanha de Sensibilização para as Resistências Bacterianas, a Galderma pretende alertar para a necessidade de uma prescrição e uso responsável dos antibióticos no tratamento da acne. Embora os antibióticos orais e tópicos não devam ser utilizados em conjunto no tratamento desta doença dermatológica, por levarem ao aumento das resistências bacterianas, verifica-se que 23% das prescrições continuam a ser feitas neste sentido (1).

«A Galderma pretende demonstrar o seu compromisso com a segurança nos tratamentos dermatológicos, dando os passos necessários para oferecer alternativas eficazes no tratamento da acne», afirma Telmo Pedro, Business Manager da Galderma Portugal. «As resistências bacterianas são um dos principais desafios que o setor da saúde enfrenta a nível mundial, sendo crucial encontrar soluções alternativas, seguras e eficazes aos antibióticos», acrescenta.

Apesar de os antibióticos orais se mostrarem ainda importantes no tratamento da acne moderada a grave, a sua utilização não deve ser feita em monoterapia e não deve exceder as 12 semanas, o que muitas vezes não se verifica. Como alternativa aos antibióticos tópicos, muitos dermatologistas recomendam já o uso de peróxido de benzoílo (PBO) no tratamento da acne, isolado ou em combinação, e como terapêutica de manutenção. Sendo um agente antimicrobiano, o PBO é capaz de matar bactérias como a P. acnes de forma rápida e eficaz, mas sem o desenvolvimento de resistências.

A acne é uma doença crónica da pele que afeta cerca de 80% dos adolescentes a nível mundial e que pode também afetar a população adulta, especialmente mulheres com idades entre os 30 e os 40 anos (35%). Esta patologia representa entre 15% a 20% das consultas de dermatologia, sendo por isso, imprescindível que se trabalhe na procura de alternativas aos antibióticos no tratamento da mesma.

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