Sogevinus conta-nos a história de uma vindima no Douro (video)

Na Sogevinus, a preparação da vindima é transversal e multidisciplinar. Todos estão envolvidos, cada um com as suas responsabilidades e contributos, para que o resultado final seja sempre extraordinário!
A Natureza, por sua vez, ocupa-se de ajudar ou contrariar os resultados finais, algo que sabemos respeitar e tomar como desafio, todos os anos.

CORRA O ANO COMO CORRER, O MÊS DE AGOSTO HÁ-DE AQUECER.

O Márcio, responsável pela viticultura do grupo, começou no final de abril a alertar para o número de florescências das videiras e, revelando o seu caráter observador, partilhou uma foto em que se via o ninho de um melro com o seguinte comentário: “a mãe natureza aponta para uma primavera relativamente seca: é que o melro fez o ninho no solo, numa zona normalmente alagada nesta época e não na árvore, como habitual”.
Em maio já o Márcio nos dava conta das previsões de produção após o “vingamento” dos cachos. De facto, este ano as condições meteorológicas durante a floração eram favoráveis. Há que registar que na nossa Quinta de S. Luiz a precipitação acumulada era inferior à média dos últimos 30 anos em 63%.
Tivemos também o fenómeno El Nino, que é indicador de verões excecionalmente quentes na Europa.

UVAS SÃS EM FASE DE MATURAÇÃO

Em meados de agosto, durante as primeiras visitas de controlo de maturação feitas às nossas quintas e às quintas dos nossos viticultores, deparamo-nos com uma boa evolução da maturação e alguma precocidade face a 2014.
O ano vitícola foi excelente em termos de sanidade para a uva, no entanto, devido ao ano seco, a videira entrou em stress hídrico muito cedo o que causou uma produção de cachos pequenos. Espera-se um excelente ano, apesar disto, uma vez que as uvas estão sãs. As temperaturas frescas que se fizeram sentir nas noites de agosto ajudaram a planta a reter alguma água.

Objetivos cumpridos e ultrapassados
O Carlos e o Ricardo, enólogos do Grupo para Vinhos do Porto e Doc Douro, respetivamente, tinham previsto um ano difícil pela seca que dá origem a maturações irregulares. No entanto, tal não se verificou e garantiu-se mesmo um aumento de colheita face a 2014. Como objetivo tínhamos 7 milhões de litros de Vinho do Porto e 1,3 milhões de litros de vinhos Doc Douro.

A NOSSA VINDIMA, A TRADIÇÃO E A TÉCNICA.

A vindima começou na Quinta de S. Luiz pelas 7h da manhã do dia 26 de agosto, uma semana mais cedo que o ano passado. Começamos pela casta Viosinho destinada a vinhos Doc Douro.
Na primeira semana de setembro, iniciamos a vindima dos nossos Vinhos do Porto brancos e algumas parcelas super premium específicas de castas tintas, quer para Vinho do Porto, quer para Doc Douro. Na adega o primeiro dia é sempre um pouco atribulado. Apesar de fazermos testes pré-vindima a todos os equipamentos, há sempre pormenores a afinar para que tudo funcione a 100%.
As primeiras uvas recebidas na adega de S. Martinho (centro de vinificação dos Vinhos do Porto) foram da casta Touriga Nacional, da nossa Quinta do Arnozelo, na sub-região do Douro Superior. As uvas chegaram com uma qualidade excelente. A equipa de enologia estava ansiosa para provar os primeiros mostos e ouvimos o Carlos e o Ricardo sussurrarem entre si que este seria um ano excelente! Mas os anos bons não têm necessariamente de ser fáceis.
No terceiro dia de vindima de uvas tintas para Vinhos do Porto, os primeiros mostos teimavam em não fermentar
pelo abaixamento da temperatura ambiente e o Carlos, preocupado, chegou a equacionar aquecer os lagares para que as leveduras indígenas arrancassem a fermentação.

A CHUVA APARECEU E O DOURO VOLTOU A CHEIRAR À TERRA MOLHADA.

Diz a tradição que durante a vindima há sempre chuva e este ano não foi exceção. Tivemos a meio do mês de setembro uma paragem de 3 dias de corte nas Quintas de S. Luiz e Arnozelo. O dia 19 foi o de maior afluência de uvas à nossa adega: entrararam 127.000 kgs!
Frequentemente deparamos com maturações pouco uniformes, muitas vezes provenientes da mesma vinha. O trabalho de adega é determinante para resolver este problema, decidindo quais as castas a juntar e qual o momento ideal para extrair o melhor de cada uma delas.

ENQUANTO O TEMPO APURA O BOM VINHO SABER ESPERAR É UMA VIRTUDE.

Os Vinhos do Porto que já foram elaborados estão soberbos. Os brancos estão bastante aromáticos e volumosos e nos tintos temos vinhos bastante carregados na cor, com taninos suaves e com uma complexidade aromática extraordinária. No entanto, quando falamos de Vinhos do Porto, sabemos que eles necessitam de tempo para revelar todas as suas qualidades. Por isso, precisamos de ser pacientes para confirmar as nossas perceções sobre os vinhos de 2015. Aguardemos pela passagem do inverno da Região do Douro para depois, aí sim, estes preciosos líquidos mostrarem toda a sua exuberância.

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