Relação Abusiva e Mulheres à beira do precipício peças de teatro para formar consciências

«Relação Abusiva» e «Mulheres à beira do precipício» são as duas peças da autoria da escritora e dramaturga brasileira Luciene Balbino em cena até 15 e 18 de julho, respetivamente, no Auditório Carlos Parede, Junta de Freguesia de Benfica. São duas peças únicas e distintas onde a condição feminina é analisada e dissecada nas suas múltiplas circunstâncias sociais, num misto de autobiografia e relato social que descreve na perfeição realidades muito presentes na sociedade atual.

«Relação Abusiva» é um monólogo que tem como fio condutor, a narrativa da história de Maria das Dores. Trata-se de uma mulher que sofreu desde a infância uma educação materna baseada na complacência e aceitação atávica do destino, para depois na escola ser vítima de abusos de colegas, e mais tarde, já adulta, ser de novo violentada em sucessivos relacionamentos.

«Mulheres à beira do precipício», conta a história de quatro mulheres que se encontram por puro acaso, na sala de espera de um hospital. Todas têm em comum um exame para fazer: uma mamografia. Mas nesse hospital trabalha o enfermeiro Adroaldo que interage com elas, ajudando a tornar o ambiente muito divertido e sobretudo muito mais leve, e que esconde também uma alma de certo modo amordaçada.

Luciene Balbino não se limitou a ser a autora de ambas as peças. Começou por observar, conversar e apoiar mulheres com relacionamentos complexos e tóxicos ao longo de alguns anos. Estas experiências e as dores sentidas nos diferentes problemas da condição feminina, seja em termos de drama ou comédia, chamam a atenção para a agressão contra as mulheres (mas não só) e que pretende funcionar como uma chamada de atenção à sociedade sobre a questão da violência doméstica.

A autora afirma que “estamos a falar de seres humanos e não do género. Diariamente muitas pessoas sentem na pelas dores físicas e psicológicas da violência e muitas, por razões diversas, escondem-na seja por medo, seja por falta de consciência” diz Luciene Balbino, acrescentando que “outras há que conhecem quem vive este pesadelo, mas nada fazem ora por receio de retaliações ora por impotência. A mensagem principal é que podemos e devemos sempre ajudar quem vive estas relações nocivas e abusivas, pois ouvir o outro pode ser vital e abraçá-lo pode ser a saída de emergência que tantos procuram, até porque o crime de violência doméstica é público e temos todos dever moral de o denunciar” conclui Luciene Balbino.

“Mulheres à beira do Precipício” é uma comédia recomendada para maiores de 16 anos, onde os personagens expressam a loucura e a inocência que vive em todos nós. São casos de mulheres reais, podiam ser nossas vizinhas, amigas ou familiares, que desabafam as suas angústias, confissões, alegrias e dilemas. A uni-las há uma poderosa e imprevisível amizade, que vai cimentar para sempre a sua condição do empoderamento feminino.

O objetivo da autora, Luciene Balbino, é mostrar ao público que nem tudo o que parece é, porque todos nós somos seres complexos e a nossa realidade pode viver dentro de cada um de nós e de várias pessoas em simultâneo.

São histórias reais, de pessoas com quem já nos cruzámos algures na vida e no tempo, homens e mulheres.

“Relação Abusiva” estará em cena às 4ªs e 5ªs feiras até 15 de julho, sempre às 21h00. Há sessões extra ao sábado 26 de junho (21h00), e ao domingo 27 de junho (18h00), com exceção de dia um de julho em que não haverá espetáculo.

“Mulheres à beira do precipício” está em exibição até 18 de julho, sempre às 6ªs e sábados (21h00) e aos domingos (18h00). Não haverá sessões nos dias 11, 12, 13 e 18 de junho, e nos dias 2, 10, 11, e 17 de julho.

Os bilhetes podem ser adquiridos diretamente no Auditório, através da plataforma Ticketline por 12 euros.

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