No próximo dia 31 de Outubro celebra-se o Dia Mundial da Poupança, um dia que deve acima de tudo servir para reflectir sobre mudanças que podem gerar poupanças significativas, especialmente relevantes quando à poupança de dinheiro se junta a poupança dos recursos do planeta. Apostar na melhoria da eficiência energética das casas é uma forma de aliar essas 2 poupanças e há alguns pontos que devem ser tidos em conta e que podem gerar melhorias significativas.
Nos lares, a eficiência energética é apresentada no Certificado Energético, variando de “A+” (mais eficiente) a “F” (menos eficiente). Em Portugal, este regulamento está em vigor há praticamente oito anos e 67% dos edifícios tem uma certificação do tipo “C”, ou inferior.
Em Portugal, de acordo com a ADENE, a implementação da totalidade das medidas de melhoria propostas nos certificados energéticos emitidos conduziria a uma redução do consumo de energia que representaria uma poupança de 60%. Mas que tipo de melhorias poderiam ser feitas numa casa para melhorar o sua eficiência energética?
Para responder a esta questão, a UCI, uma entidade especializada em crédito habitação green, faz algumas sugestões.
Apostar no isolamento térmico (chão, as paredes e as janelas).
Para pavimentos, é melhor ter um subpavimento de isolamento térmico ou um pavimento de madeira. Para paredes e tectos é aconselhável apostar em isolamento como o poliestireno, lã mineral, placas de EPS ou painéis de fibra de madeira. Quanto às janelas, o ideal seria que fossem hermeticamente fechadas, com vidro duplo e que permitissem a passagem da luz natural.
Uma casa com boas janelas e sistemas de isolamento pode poupar até 30%. Para paredes e tectos, o isolamento também pode ser melhorado em até 25% com a utilização de tintas térmicas.
Instalar um sistema de aquecimento eficiente:
Os sistemas de aquecimento a carvão ou a óleo não são bons para a eficiência energética. Em vez disso, é melhor utilizar gás ou energia de fonte renovável, tais como aerotérmica (bomba de calor que utiliza ar e depende das condições climáticas exteriores) ou geotérmica (bomba de calor de água que vem do subsolo).
A aerotermia, por exemplo, pode permitir poupar até 75% dos recursos. Em qualquer caso, a escolha do sistema mais indicado depende da localização e do tipo de propriedade.
Investir em painéis solares:
Para a eficiência energética do lar é aconselhável recorrer a fontes de energia renováveis. A opção mais comum são os painéis solares fotovoltaicos, que são viáveis na grande maioria das propriedades e que contribuem para poupanças significativas nas contas de electricidade. Os painéis solares térmicos também permitem a absorção de calor e são especialmente adequados para edifícios localizados em áreas com luz solar directa ou temperaturas elevadas. A utilização destes painéis solares ajuda a reduzir até 18 toneladas de emissões de gases poluentes por ano numa única casa.
Optar por iluminação mais eficiente:
Uma casa com uma instalação eléctrica muito antiga é uma fonte de desperdício de energia e dinheiro, pelo que é fundamental renová-la. Na realidade, a iluminação representa aproximadamente 15% do consumo global de electricidade e 5% das emissões de gases com efeito de estufa, sendo por isso fundamental as lâmpadas de casa por LEDs que duream mais tempo e consomem menos. A inclusão de um sistema de domótica para ligar e desligar as luzes e aparelhos eléctricos é outra recomendação chave.
Repensar o sistema de aquecimento de água:
A fim de ter uma casa sustentável, é aconselhável evitar caldeiras eléctricas para água quente. A melhor opção em edifícios residenciais é um sistema central de água quente ou, em edifícios independentes, a utilização de painéis solares ou um sistema aerotérmico. Além disso, para a eficiência energética, uma boa prática é utilizar redutores de fluxo.
Como financiar estas melhorias?
Estas melhorias devem ser tidas em conta por quem já possui casa, mas também por quem se prepara para comprar casa. Portugal tem um parque habitacional envelhecido, em que 86% dos imóveis transacionados em 2021 eram 2ª mão, pelo que é frequente que quem compra uma casa tenha de empreender em trabalhos de renovação para melhorar o conforto e a eficiência energética da mesma. A solução de crédito habitação aquisição + obras da UCI permite por exemplo juntar o crédito para aquisição da casa e o crédito para obras num único empréstimo, a que é aplicada a taxa de juro de crédito habitação, mais baixa do que a taxa que normalmente é aplicada num crédito só para obras. Pelo que o cliente poderá aceder ao mesmo capital pagando um valor emnor de juros.
No caso da aquisição de uma casa com uma classificação energética elevada, existem também as soluções de crédito habitação green da UCI, que permitem condições de financiamento mais favoráveis nos casos em que são adquiridos imóveis novos com certificação energética A+, A e B ou imóveis usados com certificação energética A+ e A.
Mas mais do que olhar para uma qualquer bonificação é importante perceber que adquirir imóveis com elevada eficiência energética ou estar disposto a investir na melhoria energética de um imóvel tem outras duas vantagens fundamentais: antes de mais, valorização da propriedade, porque um imóvel com esse perfil energético vale mais no mercado; mas também, a poupança nas faturas mensais de energia, que é uma mais-valia de que se beneficiará a longo prazo.