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Judit Giró Benet de Espanha e Jerry de Vos dos Países Baixos, foram dois dos vencedores dos Prémios Dyson, uma iniciativa que chega este ano a Portugal. Os dois vencedores estiveram presentes numa mesa-redonda organizada pela marca onde deram a conhecer os seus inventos cujas funcionalidades e interesses vai muito além do prémio monetário.
Judi Giró Benet, engenheira e vencedora do prémio internacional em 2020, apresentou um aparelho capaz de detetar o cancro da mama. A Blue Box, cuja comercialização está prevista para 2024, permite às mulheres fazerem um autoteste em casa usando uma amostra de urina.
A Blue Box pode testar todos os elementos femininos, com a frequência que quiser. Depois de criar um perfil na app The Blue App, a utilizadora só precisa de recolher alguma urina num recipiente de plástico e de seguida colocá-la dentro do The Blue Box, explicou a criadora. Em seguida, premir o botão “start” na aplicação. Durante os 30 segundos seguintes, os 6 sensores químicos dentro da The Blue Box (em contacto directo com a urina) começarão a reagir a certos biomarcadores do cancro da mama – se existirem. O sinal captado é então enviado da Blue Box para a nuvem, onde o nosso algoritmo de inteligência artificial é executado. Uma vez que este chegue a um diagnóstico, ele será enviado de volta para o telefone da utilizadora e exibido na aplicação. Quantos mais informação é enviada para a nuvem mais aprende e mais preciso fica.
Por outras palavras, The Blue Box é uma mudança na forma como a sociedade combate o cancro da mama. Ao contrário do actual procedimento rotineiro doloroso e inconveniente que muitas vezes leva à ansiedade, The Blue Box permite que as mulheres façam um rastreio sem dor à base de urina, de baixo custo, sensível e sem radiações para tornar a detecção do cancro da mama acessível.
The Blue Box será lançada em 2024, levando o aparelho a clínicas privadas de ginecologia com um modelo de subscrição Diagnostics as-a-Service, e uma solução de pay-per-test que será partilhada com os médicos.
Por sua vez, Jerry de Vos, dos Países Baixos venceu em 2021 o prémio na categoria de sustentabilidade, com o Plastic Identification Anywhere, um aparelho portátil, que identifica o plástico para reciclar. O dispositivo irá poder identificar os tipos de plástico mais comuns para tornar a reciclagem do plástico mais simples, mais acessível e mais viável! Tudo em linguagem de código aberto.
A reciclagem de plástico é crucial, mas pôr isto em prática pode ser bastante desafiante daí a importância de conseguir identificar e classificar o plástico, disse o inventor durante a mesa-redonda, lembrando também que a poluição plástica é um problema que ainda está a crescer em todo o mundo afetando negativamente os seres humanos e a vida selvagem através da morte de animais, da poluição das águas subterrâneas e da incorporação de microplásticos no nosso sistema digestivo. Apesar das muitas iniciativas centradas na redução dos efeitos negativos da poluição plástica, a quantidade de plástico consumida e a poluição subsequente continua a aumentar todos os anos. Além disso, durante a pandemia de COVID-19, a dependência do plástico de uso único aumentou exponencialmente, referiu ainda.
Por esta razão Jerry de Vos sublinha a importância de continuar a melhorar as infraestruturas de reciclagem, especialmente em países mais pobres onde a gestão de resíduos plásticos é frequentemente informal, e as ferramentas são insuficientes para a gestão correta dos resíduos plásticos, resultando na poluição por plásticos.
A espectroscopia discreta quase infravermelha permite identificar mais de 75% de todo o plástico utilizado na vida quotidiana pelo que essa foi a missão, abraçada pelo inventor: tornar esta tecnologia acessível a recicladores de países pobres. O aparelho encontra-se em fase de protótipo sendo o objetivo é ter mais plástico identificado para reciclar.
Pela primeira vez, o James Dyson Award abriu as inscrições a jovens inventores portugueses que tenham ideias para melhorar o nosso planeta. Até à data, a competição já premiou 390 invenções com prémios monetários, e mais de 70% dos vencedores globais estão a comercializar as suas invenções vencedoras.
