Consagrado em Assembleia da República em 2022, o Dia Nacional das Conservas de Peixe, celebra-se a 15 de novembro como forma de reconhecimento de uma indústria de grande tradição em Portugal, que continua a inovar e a desbravar novos mercados.
Este ano, a Associação Nacional dos Industriais de Conservas de Peixe (ANICP) fez do Terreiro do Paço palco para instalar uma lata «gigante» que irá viver no coração de Lisboa até ao início do mês de dezembro.
Na cerimónia de inauguração, foi anunciado o lançamento do projeto “Conservar o Futuro”, uma iniciativa de cariz social promovida pela ANICP que visa proporcionar oportunidades de educação superior aos filhos dos trabalhadores da indústria conserveira. “Além da atribuição de bolsas de estudo, o programa assegura também suporte psicossocial, coordenação de atividades e parcerias estratégicas, com o objetivo de promover o desenvolvimento pessoal e profissional dos estudantes e contribuir para um futuro mais justo e próspero para a nova geração”, explica o Presidente da ANICP, José Maria Freitas.
Com raízes que remontam ao século XIX, a indústria conserveira nacional regista um histórico de crescimento sólido, acumulando balanços comerciais consistentemente positivos e representando um pilar para a economia nacional, com exportações que atingiram os 334 milhões de euros em 2023. Acrescentando a isso, os fabricantes de conservas de peixe em Portugal geram mais de 3500 empregos diretos, 90% ocupados por mulheres, além de estarem comprometidos com a preservação da biodiversidade marítima, adotando práticas de pesca e de produção sustentáveis.
De acordo com o Presidente da Associação, “existe a necessidade de aumentar o poder negocial do país face à grande distribuição, uma vez que Portugal continua a importar cerca de 60 mil toneladas de conservas de peixe. Estas importações somam aproximadamente o valor de 230 milhões de euros e, substituídas por conservas nacionais, corresponderiam a um incremento muito significativo para a economia.”
É sob esta premissa e com o objetivo de sensibilizar os portugueses em relação à qualidade e diversidade do que é produzido dentro de fronteiras que surge o Dia Nacional das Conservas Portuguesas, celebrado a 15 de novembro, em homenagem a este produto típico da gastronomia portuguesa, com vários benefícios para a saúde e em permanente inovação.
O momento foi também marcado pela entrega da Conserva de Ouro, uma distinção anualmente atribuída pela ANICP que visa honrar uma entidade ou personalidade que representa e partilha os mesmos valores da Associação: inspirar e unir os portugueses em torno dos valores que definem Portugal enquanto nação. Este ano, o campeão olímpico Iuri Leitão recebeu uma lata de conservas em ouro trabalhada com a técnica filigrana, na qual é visível o símbolo dos jogos olímpicos.
Atualmente, há mais de 30 espécies e 800 referências de conservas de peixe a nível nacional. Com a crescente importância atribuída a um estilo de vida e alimentação equilibrados, o consumo de peixe enlatado é uma opção igualmente saudável, além de mais acessível face ao consumo de peixe fresco.
Para além disso, tal como o nome indica, as conservas preservam todos os nutrientes presentes no peixe, como é o caso do ómega-3, um nutriente que tem mostrado ser um aliado à saúde mental e cognitiva de crianças, adultos e idosos. Pesquisas científicas destacam que o consumo deste nutriente essencial se associa à prevenção de distúrbios neuropsiquiátricos, como o autismo e o TDAH, à redução de sintomas de depressão e ansiedade e à proteção contra o declínio cognitivo em idosos, ajudando a prevenir doenças como o Alzheimer.